Comecei 2018 meio vazia, sem grandes planos (logo eu?), sem grandes expectativas.
Para mim, o ano novo, ou a nova vida, começou já na noite de 30 de dezembro, quando peguei o voo para a Alemanha. Estava em frangalhos, mas decidida a reunir meus caquinhos para seguir em frente. Como estava, sendo tratada do jeito que estava, de forma tão desrespeitosa, não podia continuar.
O ano começou devagarinho, com as aulas de alemão para preencher o tempo, uma cidade nova, uma vida comigo mesma. E só. Aos poucos, os amigos novos foram surgindo, a cidade mostrou-se mais interessante que o esperado. A vida lentamente começou a ganhar novamente uma cor, algo que desde 2016 parecia impensável.
Quem trai não sabe o mal que faz na vida de uma pessoa. Talvez não saiba a maldade que é, especialmente quando é a pessoa que mais confiamos, que temos como porto seguro.
Quando estava incerta de como seriam os próximos meses, consegui, como não canso de dizer, o trabalho dos meus sonhos. Hoje mesmo, ao entrar no site do MPIL e me deparar com a foto dos funcionários e pesquisadores, senti uma alegria. Antes eram rostos desconhecidos. Agora, cinco meses depois, já são tão familiares.
Hoje estava esperando o ônibus e um dos pesquisadores, que estava passando por ali por acaso, veio falar comigo, agradecer por uma foto (porque na essência não mudamos, continuo fotografando e enviando as fotos). Ele estava tão feliz por uma foto que fiz dele - a qual eu pessoalmente achei muito ruim porque ficou muito clara. Ele estava sorrindo, feliz, agradecido. Fiquei toda alegrinha.
No final, talvez pela falta de grandes expectativas, 2018 revelou-se um ano tão incrível. Claro que me senti sozinha em muitos momentos, mas acho que o saldo é mais do que positivo. Estou numa cidade legal, do tamanho ideal para alguém como eu, no emprego que sempre sonhei (gente, o que pode ser mais legal do que trabalhar numa biblioteca?), cercada de pessoas interessantes e sentindo-me novamente feliz. Talvez ainda não 100%, mas quase.
Obrigada, Alemanha, por ser este país que és.
Que venha 2019!
E um feliz início de ano a todos!
Este blog já se chamou Cenas do Rio na época em que morei no Rio de Janeiro. O título nunca fez muito sentido, pois o Rio acabou nunca sendo o tema principal. Acho que o novo título, Uma vida em vários cenários, tem mais a ver neste momento. :) O endereço, porém, por ora, continuará o mesmo.
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2 comentários:
Não, não há nada mais legal do que trabalhar em uma biblioteca! E olha que eu nunca trabalhei em uma - só as frequento onde quer que eu vá. Que tipo de formação a gente tem de ter? Acho que acabo de arrumar um novo objetivo de vida (olhinhos brilham).
Depois da temporada em Munique (pena que a gente não conseguiu se encontrar!), estou totalmente reconciliada com a Alemanha. Espero que você continue sendo muito feliz aí!
Beijos e um maravilhoso 2019!
Oi, Lud!
Há várias funções em uma biblioteca que podem ser desenvolvidas por pessoas com diversas graduações, mas para as funções-chave tem que ser bibliotecária. No Brasil, é obrigatório ter registro no conselho. Aqui na Alemanha, parece ser mais flexível, mas também há funções ocupadas por bibliotecários. Eu fiz faculdade ead. ;) Conto aqui: https://sereibibliotecaria.wordpress.com/
Feliz 2019 pra vocês!
Beijos
Rafaela
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