terça-feira, 18 de dezembro de 2018

2018, simplesmente obrigada!

Comecei 2018 meio vazia, sem grandes planos (logo eu?), sem grandes expectativas.

Para mim, o ano  novo, ou a nova vida, começou já na noite de 30 de dezembro, quando peguei o voo para a Alemanha. Estava em frangalhos, mas decidida a reunir meus caquinhos para seguir em frente. Como estava, sendo tratada do jeito que estava, de forma tão desrespeitosa, não podia continuar.

O ano começou devagarinho, com as aulas de alemão para preencher o tempo, uma cidade nova, uma vida comigo mesma. E só. Aos poucos, os amigos novos foram surgindo, a cidade mostrou-se mais interessante que o esperado. A vida lentamente começou a ganhar novamente uma cor, algo que desde 2016 parecia impensável.

Quem trai não sabe o mal que faz na vida de uma pessoa. Talvez não saiba a maldade que é, especialmente quando é a pessoa que mais confiamos, que temos como porto seguro.

Quando estava incerta de como seriam os próximos meses, consegui, como não canso de dizer, o trabalho dos meus sonhos. Hoje mesmo, ao entrar no site do MPIL e me deparar com a foto dos funcionários e pesquisadores, senti uma alegria. Antes eram rostos desconhecidos. Agora, cinco meses depois, já são tão familiares.

Hoje estava esperando o ônibus e um dos pesquisadores, que estava passando por ali por acaso, veio falar comigo, agradecer por uma foto (porque na essência não mudamos, continuo fotografando e enviando as fotos). Ele estava tão feliz por uma foto que fiz dele - a qual eu pessoalmente achei muito ruim porque ficou muito clara. Ele estava sorrindo, feliz, agradecido. Fiquei toda alegrinha.

No final, talvez pela falta de grandes expectativas, 2018 revelou-se um ano tão incrível. Claro que me senti sozinha em muitos momentos, mas acho que o saldo é mais do que positivo. Estou numa cidade legal, do tamanho ideal para alguém como eu, no emprego que sempre sonhei (gente, o que pode ser mais legal do que trabalhar numa biblioteca?), cercada de pessoas interessantes e sentindo-me novamente feliz. Talvez ainda não 100%, mas quase.

Obrigada, Alemanha, por ser este país que és.

Que venha 2019!

E um feliz início de ano a todos!


quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O Natal no frio

Esta será a segunda vez que passarei o Natal no frio. A primeira vez foi em 1999, quase como uma vida em outra era.

Estou superanimada!

Para "treinar", tenho visto os filmes com temárica nataliana no Netflix. Tomei a decisão de ver o maior número possível, mesmo sem muitas esperanças de aparecer um príncipe lindo, de olhos azuis - se bem que as chances na Alemanha são maiores...

As histórias são muito parecidas. A mocinha que tem alguma limitação para realizar seus sonhos. O milagre do Natal. E, para deixar tudo perfeito, o amor de sua vida também aparece nesse meio tempo. Pode ser um amigo de infância, um principe em dúvida sobre aceitar a coroa, um gerente de hotel com boas intenções.

Nada supera "Simplesmente amor" ou "O amor não tira férias", mas não vou perder as esperanças de encontrar filmes bonitinhos e, quem sabe, um final feliz para meu ano de tantas mudanças. :)

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Quatro meses

Nesta semana fará quatro meses que comecei a trabalhar na biblioteca. Posso dizer que aprendi muito neste "curto" período de tempo. Parecia que novembro estava tao longe quando comecei. A sensacao foi sentida porque em agosto eu me matriculei em um curso que vai acontecer agora no final do mês. Na época, parecia que iria demorar eras... :)

Ontem comprei minha passagem para Frankfurt. Estou animada por aprender um pouco mais, de forma sistematizada, e também para conhecer outras bibliotecárias. Será bom encontrar colegas de área, desta minha nova área.

***

Hoje fiz um exame de vista e acho que terei de fazer um óculos novo... Isso dá uma tristeza, mas ainda bem que há recurso. Também fiz a vacina contra a gripe. Meu braco está doendo.

***

Hoje, mais tarde, vou ao cinema assistir à segunda parte de Animais fantásticos. Isso me causa uma alegria enorme.

Outra alegria da semana foi a abertura do supermercado perto de casa. Fiquei tao feliz quando vi a placa vermelha do Rewe de longe. Ele me lembra um pouco o Zona Sul, pelos produtos e pelos precos... Nao é o supermercado mais barato da cidade, infelizmente.

O dia teve ainda mais uma alegria: desde que estou aqui vejo uns passarinhos verdes, que parecem umas caturritas/maritacas. Hoje minha chefe me perguntou se eu já tinha visto as lebres, que, quando escurece, vêm para o gramado do instituto (elas sao minhas conhecidas desde o verao, devo dizer, quando, cedinho, andavam pulando por ali e algumas era bem bebezinhas). Logo em seguida, comentou dos "Papageien" que também voam por aqui. Tive vontade de rir. Sao muito pequenas para serem papagaios, mas eu nao iria corrigir uma senhora da Eslovênia. Ela me disse que as aves fugiram em algum momento do zoo que tem aqui no campus da universidade. Senti imediatamente uma alegria, como uma cena de Amelie Poulain.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Io vado in bicicleta

Aprendi essa frase no fim de semana, durante um curso rápido de italiano.

E, sim, agora tenho uma bicicleta "nova". Bom, nova ela nao é, mas é recém-comprada. Hoje completamos uma semana juntas e foi a segunda vez que vim ao trabalho com ela. Foi mais fácil do que na primeira vez, mas nao com menos emocao. Hoje parei numa das pontes para fazer uma foto (o amanhecer estava lindo!) e no meio do caminho perdi a tranca e fui avisada por outra ciclista. Tive que voltar, mas melhor assim do que chegar ao trabalho e só entao me dar conta de que a havia perdido.

Apesar de velhinha, a bicicleta está funcionando bem. Curiosamente, a acabei comprando-a de um brasileiro, que fez uma estadia de pesquisa aqui no instituto. Foi ótimo, pois ele me explicou os detalhes da bike em português. Meu plano agora é submetê-la a uma revisao e deixá-la mais bonita. Só tenho que descobrir onde comprar uns acessórios mais bonitos. A buzina nova, já escolhi. Da Pilones, em forma de gatinho. :)

Ontem fui ao curso de italiano de bike e me senti tao livre por nao precisar esperar o ônibus. E ainda me senti feliz por estar me movimentando um pouco. Já que ando meio parada, acho que será uma forma de nao ficar tao sedentária. Claro que vir o inverno me limitará um pouco, mas estou confiante de que terei oportunidades de usar a bicicleta mesmo nos dias mais frios. Aos poucos vou pegando a manha da quantidade de roupa que tenho que colocar. No primeiro dia em que vim ao trabalho de bike quase morri de calor. Hoje, que está mesmo mais quente, vim com menos roupas. Passei um calorzinho, mas já foi bem mais adequado. Também senti menos cansaco ao longo do trajeto. Como disse um colega, entramos em forma (no sentido de nos acostumarmos de novo a andar de bike)... andando de bicicleta.

sábado, 13 de outubro de 2018

Procura-se um amigo para o fim do mundo

Este é o nome do filme que acabei de ver.

Durante o filme, fiquei aqui me perguntando o que gostaria de fazer se soubesse que o mundo acabaria, por exemplo, em 21 dias. Com quem gostaria de estar? Onde gostaria de estar? O que gostaria de estar fazendo?

Sei lá, isso dá uma dimensão do que é realmente importante.

Eu sei com quem eu gostaria de estar.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Lista de saudades

Não necessariamente nesta ordem:

De Botafogo, meu bairro no Rio de Janeiro. Foi onde morei por quase 12 anos, onde trabalhei (a 5 minutos de casa), estudei (a 25 minutos de casa), saí para comer e beber bem, fiz compras, cortei meu cabelo, comi waffle (na Cafeína), vi a bela vista do Botafogo Praia Shopping, visitei a sede de meu time carioca, fui ao cinema tantas vezes no meio da tarde, gastei horas na locadora, comi feliz pizza no Zona Sul, comemorei muitas novidades

Do Waffle da Cafeína, com o ponto perfeito entre o doce e o salgado

Da sensação boa de estar prestes a ver um belo filme no cinema, foi assim com Amélie Poulain

De arroz com feijão

De passar um fim de semana em Buenos Aires, caminhando à toa, comendo bem e provando vinhos conhecidos

Do xis da Gringa, em Caxias do Sul

 De poder andar de bicicleta loucamente em Esmeralda

domingo, 7 de outubro de 2018

Eleições 2018

Depois de várias eleições, não votei.

Não sabia o que seria da minha vida agora em outubro e não transferi meu título para votar no consulado em Frankfurt.

Eu, que nunca fui muito ligada em política, pela primeira vez lamentei não votar. Acho que meu voto fará falta desta vez.

Recebi mensagens de vários amigos do Brasil nas últimas semanas. As agressões estão cada vez mais frequentes e é isso que me dá mais medo. A falta de pudor das pessoas em destratar ou ameaçar quem pensa diferente é assustadora. Estão se achando no direito de defender um modelo arcaico e agora este candidato boçal lhes dá um respaldo. Estou realmente muito triste. Por sorte não conheço muitas pessoas que votam nele, pois são menos decepções para lidar.

sábado, 15 de setembro de 2018

Setembro

De repente, agosto passou voando e as pessoas começaram a implicar com setembro. Peraí, gente, setembro é o meu mês preferido. Nada disso de ficar falando mal.

Aliás, setembro está passando tão rápido, que nem parece que na semana que vem já será meu aniversário.

Nos últimos dois anos, no dia do meu aniversário eu estava me sentindo miserável!

Em 2016, eu celebrei meus 40 anos e fiz uma festa com praticamente todas as pessoas importantes da minha vida. Nossa, mas eu estava me sentindo tão mal, tão triste, mas sem coragem de expor. Vivi aquele fim de semana no piloto automático. Uma pena.

No ano passado, foi menos pior, mas terminei o dia sozinha, chorando, me sentindo tão triste.

Neste ano, mesmo que passe sozinha, porque ainda não conheço praticamente ninguém aqui em Heidelberg e ninguém sabe do meu aniversário, tenho certeza de que me sentirei mais feliz do que nos últimos dois anos.

Em 2018, a vida tem sido tão generosa comigo, que não tenho motivos concretos para me sentir triste. Tudo que me propus a fazer deu certo. E sou muito agradecida. :)

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Telc C1 Hochschule

Acabei de saber que passei no teste de alemao que fiz em julho. Nem estou acreditando. Juro que nao esperava uma resposta positiva. Ainda nao sei exatamente como foram os resultados individuais de cada parte da prova, mas o geral foi positivo e isso é o que importa, como disse um colega meu. :)

Esta notícia chegou no momento certo, para dar um gás nesta semana cheia de atividades aqui no trabalho. Bom, eu vou continuar estudando alemao, uma vez por semana, porque ainda nao me sinto segura. Sei que parece exagero, mas dominar uma língua nao é assim uma coisa fácil.

Só sei que agora estou feliz e vou me permitir sentir um pouco esta felicidade.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Ô, preguiça!

Eu gostaria de ser menos preguiçosa e registrar aqui mais sobre meus dias em Heidelberg. É bom ler os posts antigos e quanto menos escrevo, menos tenho para ler depois. Eu sou daquelas que escrevia diários e mais diários na adolescência e está em mim esta vontade de registrar. Problema é que ando tão preguiçosa.

Acho que desacostumei a escrever à mão e não é todo dia que tenho vontade de ligar o computador. Cada vez menos agora que não tenho necessariamente obrigação. Ainda faço um ou outro frila e ajudo uma ou outra amiga com textos, mas cada vez mais raro.

Bom, mas de qualquer forma, gostaria de registrar que estou me sentindo muito bem aqui em Heidelberg. Agora já tenho meu apartamento, do qual gosto muito. Ainda estou me familiarizando com a cidade. Apesar de não ser muito grande, há muito para se ver. Ainda não fiz nem a ficha na biblioteca! Uma negação, mas aos poucos vou dando conta de tudo. Negócio é que agora não tenho pressa. Não estou de passagem, não estou de férias, esta é minha vida agora.

Estou completando seis semanas no trabalho. Eu fico impressionado com a rápida passagem do tempo. Os dias já estão ficando mais curtos. Está anoitecendo às 20h30 e, pelo que vi na web, a partir de amanhã a temperatura vai cair bem. Dá uma pena, parece que não aproveitei o verão como deveria, mas devo ser também minha amiga e lembrar que estava envolvida em outros projetos. Além disso, fui várias vezes à piscina pública. Nem posso reclamar, estou até bem bronzeada para os meus padrões.

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Nova cidade, novo endereço, novo emprego, novo tudo

Faz 11 dias que mudei de cidade definitivamente. Deixei minha querida Münster, no noroeste da Alemanha, para vir para a região mais ao sul. Confesso que achei que sofreria horrores, pois amei morar em Münster, devo dizer que não está sendo bem assim. Heidelberg também é uma cidade linda. Desde que cheguei, os dias têm sido ensolarados. A cidade também tem um clima bacana, tem um rio na região central, gente que faz piquenique, pessoas simpáticas.

No primeiro fim de semana teve fogos, foi quase como uma celebração de meu novo ano, meu recomeço. Na segunda-feira seguinte comecei em meu emprego novo. Quando estou lá, me sinto tão feliz e agradecida. Nem sinto vontade de voltar para o meu lar provisório. Sério, fazia tempo que não tinha esta vontade de trabalhar, este bem-estar no trabalho. Não posso negar que a vida é realmente cheia de boas surpresas. Estou me sentindo muito feliz.

Curiosamente, há exatos dois anos eu vivia a pior fase de minha história pessoal recente. O pior ainda estava por vir, mas eu já sabia de alguma forma. Foram meses tenebrosos, mas como sempre costumam dizer isso passou. Hoje me sinto tão leve, positiva, feliz. Estou me sentindo tão bem. Até as coisas ruins nos levam para outras melhores, esta é a conclusão que posso chegar.

domingo, 15 de julho de 2018

Agradecida, pois a vida é generosa comigo

Apesar de algumas coisas ruins que me aconteceram há um tempo, eu realmente não posso reclamar. Mesmo esses acontecimentos, que me fizeram sofrer para caramba, consigo ver agora, foram para me colocar em uma situação ainda melhor.

Amanhã começarei em meu emprego novo. Depois de anos de preparação, amanhã estrearei como bibliotecária. Não consigo nem descrever minha felicidade. Estou aqui, assim de bobeira, aí me lembro que começarei a trabalhar em uma biblioteca e não consigo mais tirar o sorriso do meu rosto. Sou boba mesma. :)

Depois de seis meses de "recuperação" em Münster, cidade bonita e querida, mudei-me na semana passada para Heidelberg, outra bela cidade alemã. Münster foi uma supresa boa. Escolhi tão por acaso, mas foi o melhor lugar para voltar a ser feliz. Achei a cidade linda já de dentro do táxi, enquanto ia pegar as chaves do apartamento onde iria morar. E olha que era janeiro, frio e chuvoso.

Foi tão fácil me acostumar a morar lá. Meu apartamento era longe do centro, tinha que pegar ônibus, mas como se incomodar com isso quando o ônibus é pontual, aparece no horário marcado no ponto? Além disso, logo conheci pessoas legais, me senti acolhida.

Para completar, também, assim meio sem fazer muito esforço (tá, tudo bem, eu me inscrevi para a vaga), consegui um trabalho temporário logo no primeiro mês. Fui temendo uma entrevista supercomplicada, já que não era minha área de atuação, e saí de lá com um trabalho e sabendo que iria receber 50% a mais do que foi anunciado na vaga - simplesmente por falar português.

Eu acredito que tudo acontece no tempo certo e foi mesmo bem assim. O emprego fixo, na área em que queria e num lugar muito bacana, chegou ao final do período em que havia planejado fazer o curso de alemão e com início uma semana depois de fazer o exame de proficiência.

Aí uma coisa que talvez não saia como o planejado, para não ficar me achando. Acho que não fui lá muito bem na prova de alemão. Na primeira hora de prova, eu me senti como se estivesse anestesiada. Quando "despertei" já estava quase no final do tempo de prova e mal consegui reler tudo para confirmar as respostas. Se der errado, posso refazer.

O lado bom, e sempre tem um, é que não preciso deste certificado para continuar vivendo na Alemanha ou para encontrar um trabalho, como vários dos meus colegas. Alguns só conseguirão renovar o visto se passarem nesta prova. Torço por eles.

Então o que posso fazer neste momento é agradecer com todo meu coração - até pelas coisas ruins -, pois a vida é muito generosa comigo.

sábado, 7 de julho de 2018

Virando a página

Existem alguns momentos em nossas vidas que parecem uma finalização de um capítulo.

Hoje fiz a prova de alemão. Não sei se vou passar, mas dou este ciclo como encerrado. Foram seis meses de curso de alemão, focados em falar melhor, mas também a passar nesta prova. Senti uma liberdade ao sair da prova oral. Claro que eu sou deste tipo de pessoa que acha que foi péssima e fica repassando cada tragédia, mas desta vez, confesso, joguei tudo para o alto.

Por mais que eu me alegre de passar nesta prova, isso no final não é tão importante. Eu ganhei uma vaga de emprego, independentemente do resultado desta prova. Sim, eu sou uma pessoa com muitos motivos para ser feliz - mesmo que às vezes complique um pouco a vidinha tranquila.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

"If you leave, don't leave now"

Há dias em que convivo apenas com pessoas que são, em média, 20 anos mais novas do que eu. Nem sempre é muito cômodo. Com algumas pessoas, tenho mais paciência, mas, por exemplo, agora tenho uma colega que tem 18 anos. Eu vejo que minha paciência com ela é mais limitada. Ela poderia ser minha filha. Talvez aí esteja uma explicação. :)

Eu nunca tive vontade de ter uma idade que não a minha. Há quem fale que gostaria de voltar no passado. Sei lá, talvez eu gostasse muito da minha vida aos 30, mas até ter vontade de voltar até lá... Não sei. Acho que prefiro estar onde estou, fazendo o que estou fazendo. 

Eu vivi muito o final dos anos 1980 e início dos 1990. Nesse período passei minha adolescência. E devo dizer que, mesmo com todas as limitações de uma cidade do interior, aproveitei o máximo que pude. 

* o título do post é uma música que faz parte da trilha de Pretty in Pink, filminho querido dos anos 1980 e que fez parte da minha vida.

sábado, 9 de junho de 2018

Dias animados de calor

Eu gosto de dias comuns e de ficar em casa, mas de vez em quando é bom ter uns períodos mais agitados.

Depois de ficar um mês sem curso de alemão, voltei na segunda-feira. Eu sempre acho que é o último curso e depois mudo de ideia, mas talvez esta seja mesmo a última vez que farei um curso intensivo de alemão. Apesar de ser um curso que já fiz, estou gostando da maneira como está sendo conduzido. Somos apenas sete estudantes, o que faz uma enorme diferença. Na última turma, éramos mais de 15. Os dois professores são muito bons.

Nesta semana farei uma palestra online na Semana Acadêmica de Biblioteconomia da UCS. Estou animada. A apresentação em si já está pronta, mas ainda tenho que dar uma boa revisada e ensaiada. Pelo menos será em português. :)

Ontem fui à festa de verão do trabalho. Foi divertido. A comida estava boa e é sempre interessante ver como as pessoas comportam-se em outras culturas. No final das contas, não foi muito diferente de uma festa brasileira. Foi bem agradável e fiquei quase até o fim. Foi em um café que fica dentro de um bosque.

Morar em uma cidade segura é tão bom! Claro que não dá para dar bobeira, mas esperar pelo ônibus a uma da manhã sem sentir medo de morrer é fabuloso. Não que seja agradável esperar pelo ônibus a esta hora da manhã, mas também dá um alívio saber que ele virá na hora programada.

Esta semana será cheia de novidades. Estou supernimada.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

A vida tem dessas coisas...

Este é o nome de uma música do Ritchie. Costumo escutá-la frequentemente. Sei lá, gosto. Nos anos em que passei no Rio, eu me encontrei duas vezes com o Ritchie, num mesmo restaurante no Jardim Botânico, mas nunca tive coragem de falar com ele. Sempre estávamos em mesas bem próximas, mas eu ficava com receio de ser invasiva. Tê-lo por perto, porém, me fazia feliz.

Tenho uma amiga brasileira aqui em Münster. Ela vai passar férias na Noruega em julho. Falei que ela deveria começar a ouvir a-ha. Ela, nascida nos anos 1990, não sabia do que eu estava falando. E nem era porque só falamos em alemão.

Maio tem sido um mês calmo. Apesar de ter começado intenso, com viagens e visitas, agora deu uma acalmada. Não estou fazendo curso de alemão, só trabalhando. Os dias têm sido tão quentinhos e agradáveis. Não lembro de ter tido esta mesma sensação no ano passado, quando estava em Stuttgart. Bom, ano passado também minha cabeça estava a mil.

Junho promete ser um mês decisivo para mim. Estou cheia de expectativas. Será meu último mês de curso. Farei novamente um curso preparatório para o teste de alemão e decidi que depois disso aprenderei alemão somente em casa e pelas ruas, no contato com as pessoas ou eventualmente em algum curso que fizer de outra coisa que não alemão. Não é só por isso que estou cheia de expectativas.


segunda-feira, 21 de maio de 2018

Feriadões de maio

Costumava pensar que na Alemanha não havia muitos feriados, mas mudei meu pensamento radicalmente neste mês. Só em maio desde ano, há quatro feriados! Curiosamente um no primeiro e um no último dia do mês. :)

No primeiro, viajei para Gent com amigos cariocas que mora na Holanda. No segundo, fui a Düsseldorf encontrar-me com outro casal de amigos que mora na Holanda. Estava um frio danado, mas deu para ter uma ideia da cidade.

Hoje, segunda de Pentecostes, fiquei o dia em casa, mas ontem dei uma longa caminhada. Decidi ir até duas propriedades aqui perto de casa que pertenceram à família da poetisa alemã Annette von Droste-Hülshoff. A primeira fica a apenas 20 minutos. Chama-se Haus Rüschhaus. A segunda é um pequeno castelo a 5km daqui. Como o dia estava bonito e a temperatura bem agradável, lá fui eu. No final, fiz quase 13km. Foi ótimo. Lá no Burg Hülshoff, que era a casa dos pais da poetisa, há um museu, um jardim e um café. Ontem estava tudo um pouco atípico, pois havia uma feira grande de jardinagem. Tive de pagar para entrar nos jardins. Primeiro, pensei em não entrar, pois 9 euros é um tanto caro. Porém, depois de 6km de caminhada e com fome, achei que era melhor comer algo antes de voltar. Aproveitei para ver a feira. Era legal, no final. A comida do café é bem boa. Provei uma sala deliciosa.

Dia 31 ainda tem Corpus Christi. Haverá um evento bacana no centro de Münster. Estou pensando em viajar um pouco, mas acho que vou me planejar para voltar no sábado e aproveitar a festa no domingo.

sábado, 21 de abril de 2018

Por um futuro melhor

Se por um lado estou cansada de fazer aula de alemão. Por outro, ter esta oportunidade de conhecer pessoas com histórias de vida tão diversas é um privilégio. Já havia sido nas outras oportunidades, mas meus colegas nunca tinham tido histórias de vida tão, digamos, atuais. Muitos da turma são refugiados que vieram para a Alemanha em busca de um futuro melhor. Há ainda os que vêm à Alemanha somente porque os pais estão pagando, mas isso mudou.

Na minha primeira experiência na Alemanha, há 19 anos, o cenário era muito diferente. Claro que influencia o fato de eu ter feito um curso supercaro na época, no Goethe-Institut em Frankfurt. Minhas colegas eram todas esposas de algum estrangeiro que estava no país para fazer algo temporariamente - um jornalista do Le Monde, um militar norte-americano, um inglês metido à besta que nem me lembro mais o que fazia, um funcionário de uma multinacional. O curso de alemão era um passatempo para muitas ali.

Agora, o cenário é outro. Aprender alemão define (ou definirá) o futuro desses colegas. Se eles passerem no teste de proficiência poderão frequentar uma universidade, procurar um bom emprego, poderão sonhar com uma vida digna em um país que respeita seus cidadãos.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

A Páscoa

Enquanto cozinho um arroz para complementar meu jantar, resolvi escrever um post. Não tenho um tema específico para tratar hoje. Talvez possa contar que fui mais um vez a Colônia. Desta vez com um casal de amigos e o filho pequeno. Foi bem legal passar um tempo com eles.

Depois de anos pensando ter/ser uma família (no final, foi pegadinha do malandro), voltei a ser a amiga que acompanha a família das amigas. Este tem sido meu papel desde que saí de casa aos 17 anos. Acho que me encaixo com facilidade nas famílias dos outros. Gosto deste meu posto.

Escondi uns coelhos de páscoa ontem de manhã para o pequeno encontrar. Ele achou estranho só ter coelhos nas coisas dele.
T.: - Por que será que só havia coelhos nas minhas coisas?
Mãe: - Porque as outras pessoas aqui são adultos...
T.: - Então por que a tia Rafa não ganhou?

Morremos de rir. E aproveite para dizer:
- Isso mesmo, T. Só a mamãe e o papai são adultos aqui.

sábado, 17 de março de 2018

Minha tia Onira

Hoje morreu a minha tia e madrinha Onira. Estou aqui longe, sem nem saber o que fazer.

Lamento pela minha mãe, que deve estar com o coração partido. Sempre foram muito próximas. Acho que nos últimos anos a tia era a pessoa com quem ela falava diariamente e a quem via várias vezes durante a semana. Além de ser a irmã mais velha. Perder um irmão, imagino, dever ser algo bem doloroso.

Desde que me entendo por gente, a tia sempre esteve presente. Antes mesmo de eu ter alguma lembrança, eu costumava ficar em sua casa enquanto a minha mãe ia para a faculdade. Mais tarde, passava sempre uns dias das férias por lá. A tia sempre teve poucos recursos, mas lembro que quando íamos ao supermercado, ela sempre comprava uma balinha de caramelo para mim. Eu ficava feliz da vida. Era ainda na época pré-sacolinhas de plástico e me lembro que a tia sempre levava a própria sacola, que nas minhas lembranças era feita de napa.

Na adolescência, durante uns três ou quatro anos, eu costumava ir uma vez por semana a Vacaria, pois tinha que fazer a manutenção do aparelho ortodôntico. Depois de passar no dentista, eu ia almoçar na casa da tia. Comidinha boa, especialmente a sua maneira de fazer batata frita. Depois de adulta, lembro-me que uma vez pedi para ela fazer um almoço para mim, como fazia "antigamente". Ela fazia também uma carne com aipim cozido que era maravilhosa. Por muitos anos não comi a carne, mas adorava o molho que ficava no aipim.

Outra lembrança que tenho da tia é que ela fazia simpatias para tirar verrugas. Funcionou na que eu tinha na perna esquerda. Ela tinha esse dom.

A vida da tia nunca foi fácil. As irmãs brincavam que ela era dengosa e frágil. Podia até ser, na visão das irmãs mais novas, mas fato é que, logo no início da vida adulta, tudo passou a ser muito difícil. Divorciar-se nos anos 1970 não era uma coisa fácil. Passar a viver com o estigma de "divorciada", num país machista como o nosso, deve ter sido bem pesado. Ter que criar dois filhos pequenos com poucos recursos, pior ainda.

Eu não sei por que algumas pessoas têm a vida mais fácil e outras uma vida mais complicada. Até agora, faço parte do primeiro grupo. A tia sempre fez parte do segundo, ou pelo menos durante a maior parte de sua vida.

Em quase todas as vezes que eu ia visitar a mãe, dávamos uma passadinha lá para vê-la. Na última vez, em dezembro, ela estava extremamente magra. Havia enfrentado um câncer meses antes. Teoricamente estava tudo bem, mas a magreza e a dificuldade para comer, não eram bons sinais. Minha mãe e as duas tias sempre foram magras (genética que eu queria ter herdado), assim como meus avós, mas eu nunca tinha visto a tia tão magra.

Não chorei, mas estou triste. De forma meio egoísta, estou triste porque não vou mais encontrá-la quando for a Vacaria, porque não vou mais ser mimada com caquis ou pinhões colhidos para mim, porque ela não vai me mostrar como o horta está bonita e quais foram os últimos casaquinhos e sapatinhos de tricô que fez, não vai mais me perguntar se quero comer um doce de pêssego...

Eu não sei para onde a gente vai depois que morre - e se vai para algum lugar -, mas espero que a tia encontre paz e sossego, que de alguma forma saiba que foi muito amada por mim, pela minha mãe.

quinta-feira, 15 de março de 2018

Curtinhas

Os dias de calorzinho foram bons, mas parece que amanhã poderá até nevar... Ainda estamos no inverno. É justo.

Hoje, depois do trabalho, dei uma passadinha na dm. Para quem nunca veio à Alemanha: por aqui existem duas grandes redes de drogaria, a dm e a Rossmann (algo como Wallgreens nos EUA e Shoppers no Canadá), onde se pode encontrar praticamente tudo que uma pessoa precisa para viver. De verdade. Há quem goste mais da dm, há quem prefira a Rossmann. Eu gosto das duas, mas tendo a ir mais à dm.

Sempre que a gente entra na dm/Rossmann, não consegue sair sem comprar alguma coisa. Hoje não foi diferente, mas eu tinha uma lista. Bom, comprei duas coisinhas a mais, mas estava precisando!!!

Nas primeiras semanas aqui, ainda sem acesso à internet, resolvi comprar um rádio. Foi a melhor decisão do ano. É realmente a melhor companhia. Sempre fico pensando como gostaria de ter trabalhado em uma rádio. Quem sabe ainda dá tempo.

As aulas têm sido interessantes. Neste mês, um dos professores resolveu variar um pouco o estilo da aula e estou gostando mais. Sinto que não tenho feito muito a minha parte em casa. Preciso revisar o material mais de uma vez, para ver se o conteúdo fica gravado na minha cabeça.

No primeiro dia na Alemanha, comprei uma bota para enfrentar o frio. Um mês depois, percebi que ela estava com um furo. Reclamei, é claro. Pediram para enviar para avaliação e me mandaram o código para envio. Ontem recebi o reembolso. Agora estou em dúvida se compro outra bota ou se invisto em um sapato de meia estação.

Aqui parece que as pessoas fumam mais do que no Brasil. E cigarros ainda são anunciados em outdoors (coisa mais do passado).

Eu fico muito feliz quando descubro uma música nova para amar - mesmo que nem sempre a música seja exatamente nova, como é o caso de Press, do Sir Paul McCartney.

Estou com o coração partido pela morte de Stephen Hawking, mas ainda mais pelo assassinato de Marielle Franco. O Brasil nunca foi para iniciantes, mas está ficando ainda mais esquisito.

terça-feira, 13 de março de 2018

Equilíbrio

Desde que cheguei à Alemanha, tenho tomado semanalmente um comprimido de vitamina D. Nas primeiras semanas, a dose era cavalar: 50.000ui. A partir da nona semana, 7.000ui. Foi uma estratégia da minha médica para dar uma força nas taxas que andavam meio baixas. Toda terça-feira, às 20h, minha agenda me manda uma mensagem avisando.

Também tenho tomado direitinho a reposição de vitamina B12. Esta, uma vez por dia, ao acordar. A dose também é bem alta, mas como meu corpo não absorve sozinho a quantidade necessária, não tem jeito. A minha deficiência de B12 tem relação direta com o fato de eu ter ficado quase duas décadas sem comer carne vermelha. Não que eu tenha voltado a comer, mas agora consigo comer carne moída de vez em quando e (um pouquinho de) churrasco quando vou na casa do meu padrinho.

As duas vitaminas afetam diretamente o sistema nervoso. Por isso é bom que estejam equilibradas.

Eu cheguei a Münster em uma terça-feira, ou seja, estou aqui há 10 semanas. Minha rotina se alterou um pouco desde que cheguei. No primeiro mês, o curso era à tarde e era meu único compromisso. Desde fevereiro, frequento o curso de manhã e tenho um trabalho à tarde. Talvez por ter mais ocupações, o tempo parece que passou mais rápido.

De agora até maio, creio que não haverá grandes alterações. Talvez eu comece a fazer mais coisas depois do trabalho, pois os dias estão cada dias mais longos e agradáveis. Preciso pensar em atividades interessantes para aproveitar o final da tarde.

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Depois de ver dois amigos mostrando o livro "A sutil arte de ligar o f*da-se", resolvi comprá-lo. Estou gostando bastante e pretendo colocar em prática algumas das coisas sugeridas pelo autor. Para mim, que nem palavrão falo, não é exatamente fácil.

quarta-feira, 7 de março de 2018

Viagens, pássaros, brotos e cinema

Para alguém que gosta de fazer mil planos, só poder planejar o futuro bem próximo é algo meio angustiante. Hoje decidi sobre os próximos dois meses na Alemanha. Saber onde estarei e o que estarei fazendo nos próximos 60 dias (quase 80, de fato) me traz alguma tranquilidade. Minha rotina não deve se alterar muito, o que é bom e ruim.

Novidade (empolgante) é que há uma pequena viagem prevista para o começo de maio. Eu até me impressiono com a sensação que isso me causa, há uma reação não apenas emocional, mas física. É como se uma dose de energia fosse injetada no meu corpo. Taí, viajar é a minha "droga". Eu fico realmente eletrizada.

O frio parece que foi embora, por enquanto. É bom poder andar nas ruas sem ter que esconder as mãos e o rosto do vento que parecer cortar a pele. O que mais me impressionou nos últimos dias foi o canto dos pássaros. Ou eu estava surda até agora ou eles realmente só chegaram a Münster nos últimos dois dias. Estão superempolgados (acabaram de chegar de viagem, deve ser isso!), parece querer contar todas as novidades.

Como no ano passado, um dos meus passatempos preferidos ao andar pelas ruas é observar os brotos nas árvores e nos arbustos. Esse renascer é realmente algo inspirador. Não interessa o que aconteça, as plantas seguem seu curso. A primavera é mesmo uma beleza! Feliz pela oportunidade de acompanhar isso de perto novamente.

Comprei ingresso para ver um filme alemão no sábado. A sessão contará com a participação do diretor Lars Kraume. O filme chama-se Das schweigende Klassenzimmer (a tradução é algo como A sala de aula silenciosa) e mostra o caso de uma turma que decidiu fazer um minuto de silêncio em homenagem a vítimas de alguma violência na Hungria e os alunos passaram a ser perseguidos como opositores do regime. A história se passa na antiga Alemanha socialista (DDR). Acho que será uma vivência bem legal.

segunda-feira, 5 de março de 2018

Curso de alemão

Eu já perdi as contas de quantos cursos de alemão frequentei até hoje. Às vezes sinto vergonha de dizer há quanto tempo aprendo alemão, mas fazer o quê... Faz bastante tempo mesmo.

Comecei ainda no século passado, em 1999. Posso dizer que falo alemão desde 2000, mas dominar a língua... Acho que somente em umas três vidas. E olha lá!

Nesses 18 anos, posso dizer que em uns 10 usei o alemão em algum momento. Em muitos deles, me submeti a cursos. Sempre aprendo alguma coisa nova e sempre percebo o quanto esqueci ou não usei outras tantas.

Admiro (invejo e, às vezes, sinto raiva de) quem consegue dizer sem medo que domina uma língua estrangeira. Assim sem receios. Eu sempre fico meio insegura para dizer que falo esta ou aquela língua. 

Sinto-me segura quando digo que falo português, mas logo me lembro dos textos que tive que ler no doutorado e não entendi patavinas... Todos em português, obviamente.

Sigo em frente nesta talvez última tentativa de me sentir confortável com este idioma bonito, lógico e difícil. Pelo menos nesta vida.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

-7, mas sensação térmica de -14 graus Celcius

Nem mesmo na nevasca que pegamos no ano passado em Amsterdã fazia tanto frio como fez hoje aqui em Münster. Ao longo do dia até variou um pouco, mas nos poucos momentos em que estive ao ar livre, a média foi de -7, com sensação térmica entre -11 e -14.

Fresquinho! :)

Por sorte não precisei me levantar tão cedo, pois ontem acabou o curso de fevereiro e o de março começará só amanhã, mas tive de sair de casa para trabalhar. Então, não teve jeito. Tive que encarar!

A cada dia frio, a cada dia em que posso estar num apartamento com calefação, fico um pouco revoltada com a nossa precariedade no Brasil. Mesmo quem tem muito dinheiro na região sul passa frio. Pode ter uma casa linda, uma sala com lareira, mas ainda são bem raras as casas com calefação. E isso faz uma diferença.

Torcer para março começar gelado e ir esquentando...

Como já vi muitos filmes que se passam no inverno, às vezes parece que estou dentro de um filme. Ainda mais quando vejo a neve caindo e estou escutando alguma música.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

Volta à programação normal

Nos últimos três meses e dois dias, fiz algo que não costumo fazer: me expus. E bastante. Normalmente sou bem reservada e, apesar de ter longas conversas com minhas amigas mais próximas, nunca fui de ficar falando muito de sentimentos íntimos. Simplesmente não gosto de ser o centro das atenções. E ponto.

Aprendi, com essa experiência, que o melhor é se manter fiel à essência do que somos. Há bem poucas razões que justifiquem alterar isso.

Talvez, na minha mistura de ingenuidade e mágoa (por me sentir machucada), esperasse empatia. E tive muita! Justamente das pessoas que sempre estiveram próximas, da meia dúzia de amigas que sempre estiveram e sempre estarão ao meu lado. Com quem eu já dividia o que achava importante, fossem alegrias ou tristezas.

Das demais pessoas, obtive desinteresse, julgamento, empatia zero. Algo que neste momento, especificamente, é tudo que não preciso.

Como tudo, foi uma ótima lição. Sempre há um lado bom em tudo.

'Bora gastar tempo com o que vale a pena e com quem me faz/eu faço sentir-me/-se bem.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Recomeço

Quem tem um PC, sabe que não estamos livres das constantes atualizações da Microsoft. Se por um lado é bom ter o computador sempre em dia, por outro é terrível ficar à mercê dos problemas que essas atualizações implicam.

Na quinta-feira passada eu fui vítima de uma dessas atualizações. Parecia tudo normal, mas descobri que algo de errado tinha acontecido quando tentei ligar novamente o computador. Depois de quase uma hora de atualização, havia apenas uma mensagem insistente na tela: "O Windows não pôde concluir a instalação. Para instalar o Windows neste computador, reinicie a instalação".

E para resolver isso?

Foram dois dias de tentativas. Era relativamente simples, mas precisava ter acesso a outro computador para baixar o arquivo necessário para reparar o sistema. E quem disse que isso é fácil? Ainda mais quando o arquivo é .exe e precisa ser manipulado antes de ser inserido no seu computador com problemas.

Depois de tentar no computador do trabalho e da biblioteca pública, acabei achando um cybercafé que permitiu tal operação. Duas horas e 5 euros depois, tudo havia voltado quase ao normal.

Sim, o computador estava funcionando novamente, nem um arquivo havia sido perdido, mas todos os programas baixados desde a aquisição do computador haviam sido apagados. Pelo menos o programa de restauração faz o favor de listar tudo que foi deletado.

Assim, hoje estou instalando novamente skype, chrome, dropbox, spotify etc.

O lado bom de tudo isso - sempre há um - é que estou podendo fazer uma limpeza, baixando somente o que realmente uso. Há muitos programas que baixei e nunca mais mexi.

Ou seja, para o bem ou para o mal, tudo sempre tem um lado positivo. 

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Um pouco de Münster

Faz pouco mais de um mês que cheguei a Münster. Gostaria de ficar aqui para sempre. Que cidade agradável!

Münster nao é muito grande. Quer dizer, para alguém de Esmeralda, é enorme! Para alguém do Rio, bem pequenininha. Eu acho que é do tamanho ideal. Münster tem 300 mil habitantes, sendo 58 mil estudantes universitários. Há 25 mil estrangeiros de mais de 150 países. No dia a dia, dá para comprovar que somos muitos, pois é possível ouvir muitos idiomas diferentes. Algo que nao era tao comum na Alemanha de 1999, mas que agora é o padrao.

Moro em um bairro afastado, pequeno, que tem duas farmácias, uma pequena livraria, uma igreja, quatro ou cinco restaurantes, dois supermercados, uma associacao esportiva e um correio. Deve ter mais coisas, mas isso foi o que notei em uma caminhada por ali.

Ainda está muito frio (é inverno, afinal de contas!), por isso nao me aventurei muito pela cidade. Imagino ter bastante tempo pela frente. Espero, pelo menos.

Uso ônibus todos os dias, pois meu curso fica no centro. Os ônibus sao a principal forma de transporte público em Münster. Funcionam bem, com regularidade. A menos de 50 metros da porta de casa, tem uma parada. O ônibus passa aos 7, 27 e 47 minutos de cada hora. É bem prático. Os ônibus têm lugares para bicicletas, carrinhos de bebê e carrinhos de idosos, além de cadeiras de roda.

Os idosos bem idosos costumam andar com esses carrinhos, que sao ao mesmo tempo cadeira, andador, cesta para colocar coisas. Acho uma ótima ideia. Eles ganham mais seguranca e mobilidade.

O meu prédio é composto por apartamento bem pequenos, ideiais para uma pessoa. É silencioso e tranquilo. O bom é que tem uma lavanderia coletiva, ou seja, por algumas moedinhas é possível lavar e secar as roupas. Para mim, uma ótima opcao.

Meu único problema até agora, mas que estou prestes a resolver, é o acesso limitado à internet. O apartamento nao tem conexao com a internet e, como nao sei quanto tempo ficarei, nao posso fechar um contrato longo para ter internet ilimitada.

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Tudo é perfeito

"Tudo é como tem que ser, tudo é perfeito."

Acabei de ler esta frase em um site qualquer. No final, é o que penso já há algum tempo. Pode ser dolorido a princípio, mas em algum momento compreendemos por que temos de passar por determinadas situações.

2018 começou muito mais tranquilo e legal do que 2017. 

Estar em um lugar seguro, faz toda a diferença. Münster é uma cidade limpa, arrumada, segura. Não conheço tantos lugares na Alemanha, mas entre os que conheço, esta cidade de porte médio na região noroeste parece simplesmente perfeita. As pessoas são educadas e gentis. Tudo parece funcionar (apesar de um ônibus ter atrasado bem no dia em que não poderia :) )

Ainda não sei quanto tempo ficarei por aqui, mas certamente até o fim de março.


Levar a vida sem um planejamento muito rigoroso é um desafio para quem gosta de saber sobre cada passo adiante. Não deixa de ser um desafio - e como diz o Barney Stinson: "challenge accepted!". 

Piscamos e já estamos em março!

Em dezembro, no começo do mês, eu comecei um post que nunca publiquei. Fiquei com pena de apagar. Entao começo este post com estes três pará...