As férias foram programadas no final de novembro e planejadas ao longo dos meses seguintes, com encontros marcados com amigos e a família, passeios agendados e grande expectativa, pois seria a primeira vez do T. no Brasil.
Nas duas semanas antes da viagem, os casos do novo Coronavírus passaram a aumentar rapidamente. Além da China e da Itália, também França, Espanha e Alemanha registravam números significativos de contaminados diariamente.
Justamente nessas duas semanas, nós dois (e praticamente metade da biblioteca onde trabalho) estávamos resfriados. Viajar doente nunca é bom, viajar doente em tempos de uma doença assim, pior ainda. Na semana da viagem, eu fiquei em casa dois dias para me restabelecer. Deu certo. No dia da viagem estava bem melhor.
Depois de muito pensar, ler todo tipo de notícia (no dois dias em casa), resolvemos ir. Se eu fosse viajar sozinha, tenho quase certeza de que nao teria ido, mas a dois acabamos decidindo por fazer a viagem. Eu já havia avisado os amigos que talvez fosse melhor nao nos encontrarmos. Estava bem dividida, pois sabia-se que a disseminaçao em nível mundial estava ocorrendo a partir de pessoas que estiveram na Europa.
No aeroporto de Frankfurt, pouco movimento. Fizemos um voo até Paris. Entre os poucos passageiros, dois brasileiros. Eu os ouvi falando português. E confirmei que eram brasileiros da pior forma. Os dois colocaram máscaras na área de embarque. Quando passei pelos bancos em que haviam estado... os plásticos das máscaras haviam sido deixados ali. Por vergonha, eu os juntei e joguei na lixeira que estava a poucos passos dali. Que raiva! Quando os encontrei no ônibus que nos levaria até o aviao, nao me contive. "Vocês sao os únicos que estao de máscara aqui. E também foram os únicos que deixaram os plásticos das máscaras sobre os bancos no setor de embarque." Um ainda resmungou algo de nao estar no Brasil (nao entendi o quê) e o outro pediu desculpas. Quando embarcamos no aviao, o primeiro me chamou para dizer que havia seis pessoas no voo com máscaras. "O problema nao era a máscara", respondi séria. Engracado. De abandonar seu lixo, ele nao se incomodou. Ficou indignado de alguém chamar a atençao.
Em Paris, havia um pouco mais de movimento, mas viajamos sem ninguém ao nosso lado. Eu limpei bancos, encostos, mesinha e tela com lenços com álcool gel. Sei lá se faz diferença, mas me senti mais tranquila. O voo foi bom, a comida estava inacreditavelmente excelente. Quando chegamos ao Rio, nenhum controle. O Brasil ainda tinha menos de 100 casos no dia 14 de março.
Este blog já se chamou Cenas do Rio na época em que morei no Rio de Janeiro. O título nunca fez muito sentido, pois o Rio acabou nunca sendo o tema principal. Acho que o novo título, Uma vida em vários cenários, tem mais a ver neste momento. :) O endereço, porém, por ora, continuará o mesmo.
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