Morar longe de amigas queridas, independentemente da
distância, é algo que faz parte da minha vida há pelo menos 26 anos, ou seja,
muito mais do que a metade da minha vida. Conhecer pessoas, criar vínculos,
estabelecer laços de amizade e partir para outra experiência que se apresenta
foi meio que uma rotina nesse período. Em alguns lugares, fiquei mais tempo,
noutros fiz amizades mais profundas e duradouras. Em todos sempre aprendi algo,
vivi momentos bons, enfrentei algumas das minhas pequenas tragédias.
Desde que moro na Alemanha, percebo uma mudança na
forma de olhar para esse passado e também me vejo diferente nas expectativas com
relacionamentos – antigos e atuais.
Ao olhar para as amizades de anos, me peguei avaliando
o quanto (ainda) valiam a pena ou o investimento de tempo. Não somente para
mim, mas também a minha amizade para essas pessoas. Naturalmente só elas podem
decidir se vale a pena terem a minha amizade, mas comecei a me questionar sobre
o porquê de manter algumas pessoas na minha vida. E vida muitas vezes significa
simplesmente mantê-las em minhas redes sociais, já que alguns não vejo há mais
de 25 anos.
Começou aí uma grande confusão na minha cabeça, pois
curiosamente passei a questionar as amizades que considerava como as grandes,
as melhores. Pensei nas amigas com quem ao longo do ano troco uma ou outra
mensagem, muitas vezes em decorrência de algo publicado no Instagram ou
Facebook.
Escrevi essa primeira parte do post há algumas
semanas.
Nesta semana, algumas nuvens se dissiparam. No dia 20
de julho foi o tal dia do amigo. Uma amiga querida fez um post bonitinho sobre
nossa amizade. Isso acho que mexeu algo em mim, pois à noite neste dia me vi
querendo escrever para as pessoas de que gosto. E foi o que fiz. O resultado não
podia ter sido mais bonito. Recebi imediatamente respostas. Acho que parte da confusão
se esclareceu.
Continuo me questionando sobre o que vale a pena
manter na minha vida e essa minha busca pelo essencial segue.
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