quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Pelo caminho

De casa para o trabalho, cruzo com as enfermeiras do Hospital Samaritano que estão trocando de turno.


Na Arte dos Sucos, o movimento já é intenso. Em tempos de colégio, meninas lotam as mesinhas do lado de fora. A calmaria toma conta nesta época de férias.

Logo em seguida, preciso tomar decisões.
Há pelo menos três possibilidades de caminho para sair deste cantinho de Botafogo.

Se vou pela Assunção, vejo empregadas passeando com cachorros. Alguns já são meus velhos conhecidos. Gravo mais os cachorros do que as empregadas, devo confessar.

No pé-sujo da esquina, a atenção concentra-se na televisão que passa notícias. Na loja ao lado, de materiais de construção, a gatinha siamesa sai para a primeira caminhada do dia.

Um dia preciso almoçar no Bar do Esteves. Há quanto tempo planejo isso? Nem me lembro mais.

O lado esquerdo da Marquês de Olinda em direção à praia tem as melhores sombras. Por que será que a calçada precisa ser tão estreita?

Não entendo pessoas que atravessam no vermelho para depois continuarem o trajeto como se fossem lesmas. Deve ter a ver com esta nossa mania eterna de querer demonstrar esperteza.

Quando sigo pela Bambina, é porque tenho segundas intenções. Depois de algumas passadas, entro no Zona Sul. Há pelo menos quatro pessoas que sempre vejo por ali tomando café. Um deles sempre come muitos pães puros - hoje foram três! - enquanto lê o jornal e bebe uma coca-cola zero. Com essa dieta, pode-se imaginar o perfil.

Na mesa redonda, o casal conversa animadamente com aquela senhora macérrima, cheia de tiques. Volta e meia alguém comenta em tom de tristeza: "ela era tão inteligente quando nova". Sempre fico pensando o que pode ter acontecido. Um dia ainda vou perguntar, mas tenho medo de estabelecer uma relação, não sei por quê.

Pela Marquês de Ouro Preto, acompanho o movimento na porta do colégio, onde vez ou outra uma criança faz alguma cena. Atravesso no sinal, como sempre. Sigo até a praia sentindo o cheiro da padaria que foi reformada há pouco e o da pastelaria dos chineses. Dali sempre sai um cheiro azedo.

O sol me pega na praia.

Por ali sigo, suando.

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