Em um tempo em que usar móveis, carros e roupas de décadas
passadas virou uma interessante tendência, acredito que ainda temos muito
preconceito com quem nasceu na época em que a Variant ainda estava na moda.
Decidi tratar sobre velhos e tecnologia em minha pesquisa de
doutorado. Eu ainda não defini qual será o tema específico, mas tenho lido
bastante sobre o assunto, em busca – não de uma resposta, mas – da tal pergunta que
moverá meus estudos pelos próximos dois anos.
Em uma dessas leituras, me deparei com a seguinte frase: “quando
falei para o meu filho que iria construir uma casa aos 65 anos, ele me disse
que eu estava louca”. Não pude deixar de me lembrar das expressões de surpresa
que recebo ao dizer que minha mãe está mobiliando um apartamento novinho em
folha aos 70 anos.
Nada me deixa mais feliz do que ver minha mãe superempolgada
com a casa nova.
Ela já teve outra casa nova montada também com esmero – e dificuldades. Agora é diferente. Sem três filhos pequenos para criar, quem ganha atenção são
as inúmeras flores do novo jardim, os temperos e hortaliças que crescem felizes
na pequena hortinha e as prateleiras da cozinha que recebem babadinhos de frivolité.
Meses atrás, eu achei que minha mãe nunca mais se animaria
com nada. Ela estava com os dois braços imobilizados, precisando de ajuda para
tudo. Pois deu a volta por cima, como em várias outras situações ao longo da
vida. Esforçou-se para se curar. Uma ou outra dor ainda a acompanharão pelos
próximos anos, mas retomou o mais importante: a vontade de viver.
E que viva bastante!
Aproveitando tudo que tem direito... Aos
70, aos 80 anos e o que mais vier. A vida está aí para ser vivida!
Este blog já se chamou Cenas do Rio na época em que morei no Rio de Janeiro. O título nunca fez muito sentido, pois o Rio acabou nunca sendo o tema principal. Acho que o novo título, Uma vida em vários cenários, tem mais a ver neste momento. :) O endereço, porém, por ora, continuará o mesmo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Olá, mundo!
Estou há tanto sem escrever aqui ou sem visitar os blogs amigos, mas sempre penso no blog e sinto falta. Aconteceu tanta coisa nos últimos ...
-
Em dezembro de 2011, viajamos de Porto Alegre até Colônia do Sacramento de carro. Foi uma ótima experiência. A viagem é muito tranquila. ...
-
Desde que moro no Rio, leio a coluna da Martha Medeiros na Revista do Globo, ou seja, quase todo domingo. Antes de mudar-me para cá, eu era ...
-
No curso de italiano, de vez em quando, escutamos algumas músicas. Uma delas foi “L'isola che non c'è”, de Edoardo Bennato, música q...
2 comentários:
Rafaela, querida, nestes cliques aqui que nos levam acolá, cheguei no teu cantinho. Li tudo com muita fluidez. Do que li, umas reflexões: a vida recomeça a qualquer instante, sou a prova viva, mas, felizmente, não a única. Mentalizar o que se quer é o movimento inicial do fazer, é, literalmente, projetar-se. Beijo carinhoso! Gisele
Muito legal, Rafa!
Beijos, Daise.
Postar um comentário