segunda-feira, 13 de março de 2017

Pessoas (mais) velhas

Há alguns dias na aula de alemão nossa tarefa era analisar algumas imagens e formar frases sobre o que víamos. Havia uma mulher, um homem, uma garota e um menino. Foi interessante observar que a mulher foi a única chamada de velha, mas mais que isso foi curioso ver como podemos ser bem preconceituosos com quem tem mais idade do que nós.

A minha turma de alemão é formada por estudantes com idade média de 23 anos. Praticamente todos estão fazendo a primeira graduação. Os que são mais velhos, e tem 26, 27 anos, estão no mestrado. Eu sou um ponto fora da curva.

A professora, que tem mais ou menos a minha idade, ficou também impressionada. Brincamos que depois dos 30 as pessoas já poderiam morrer, pois estão velhas demais para qualquer coisa. Ou mentir a idade. Rimos.

Isso nunca vai mudar. Eu me lembro de quando tinha 18, 19 anos e de achar todo mundo com mais de 20 anos supervelho. Aos 23 anos fui chamada de velha por meninas de 19. Sim, tudo retorna. :) Mesmo há poucos anos no mestrado, um conhecido se casou com uma "mulher mais velha", que depois eu viria até a conhecer. Ele tinha uns 26 e ela uns 30. Pois é... Beeem mais velha na fala das minhas jovens colegas da época. Eu já tinha 33.

Ao viver agora essa experiência de fazer um semestre da graduação fora, mesmo não querendo, me coloco em uma situação nem sempre tão agradável. Eu me sinto velha perto desses jovens. Claro que, até pela idade, consigo racionalizar rapidinho e escolher pensar que estou fazendo algo que nem todo mundo teria coragem, e que estou feliz com minha decisão.

Como tudo, as vivências nos fazem crescer. É fácil se apegar a uma vida (que a gente pensa) segura, como a minha há um ano. Porém, a mesma vida nos mostra que segurança não existe e talvez valha mais a pena se jogar no desconhecido por querer do que um dia ser surpreendido por uma mudança não desejada.

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