* este texto foi iniciado dia 11 de fevereiro de 2009 e concluído em 19 de fevereiro de 2009.
É engraçado... você fecha a porta da sala em que acabou de fazer a entrevista para o mestrado e as perguntas e respostas começam a passar pela sua cabeça, como num filme. Demora um pouco para se acalmar. Pelo menos comigo foi assim hoje*, ao deixar o andar do Ibict, ali no prédio do Ministério da Ciência e Tecnologia, onde foi realizada a terceira etapa do processo seletivo para o mestrado em ciência da informação.
Esse mestrado era realizado até o ano passado em parceria com a UFF, mas neste ano o Ibict voltou a ser parceiro da UFRJ. Eu já tinha tentado informações ano passado, mas nunca conseguia que alguém atendesse ao telefone na UFF. Já tinha meio que deixado para lá. Isso até o dia 15 de janeiro passado, quando voltei a entrar no site do Ibict, por nenhuma razão específica, e dar de cara com o edital de seleção 2009, com inscrições abertas até 21 de janeiro!!!
Fiquei maluca! Precisava me inscrever, mas como fazer um projeto em seis dias, tendo vários compromissos bem naquele fim de semana? Dividi minha angústia com dois amigos (Helton e Márcia que estavam aqui em casa naquela sexta à noite), com dois amigos virtuais (Maurício e Ana Paula, que me enviaram como modelo seus anteprojetos) e com o Claudio. Os cinco incentivaram. Decidi tentar. Tinha uma ideia e resolvi usá-la como caminho. Depois de muitas leituras, desespero, esperança e dedicação, consegui aprontar as 16 páginas (o mínimo era 12) no dia anterior à data final para inscrição.
Bem cedo no dia 21 fui levar meus documentos até o Ibict. Como era aqui em Botafogo, fui caminhando... e quem disse que eu encontrava o lugar? Caminhei a UFRJ inteira e nada, ninguém sabia. Claudio sempre me ajuda nessas horas. Liguei para ele olhar no Google Maps, coisa que eu já tinha feito, mas não tinha ajudado muito. Quando ele me ligou para dizer mais ou menos onde estava a flechinha do Google Maps, um porteiro das redondezas tinha me apontado o prédio do ministério da ciência e tecnologia.
Cheguei! A professora que me inscreveu disse que todos tinham deixado para os últimos dois dias. Fui a inscrição número 21. No final, elas chegaram a 65. O resultado da análise do anteprojeto sairia somente uma semana e meia depois. Quando chegou a segunda, 2 de fevereiro, eu estava muito nervosa. Liguei para o Ibict. O moço que atendeu perguntou meu nome, falei apenas Rafaela e quando ele completou o sobrenome, eu fiquei muito feliz.
Estava apenas começando, ainda tinha mais duas etapas. A prova foi dois dias depois. Estudei o que pude na terça anterior, mas já vinha lendo os textos recomendados havia duas semanas. Eram cinco questões, para escolher duas. As que escolhi tratavam sobre:
- Como o armazenamento e recuperação da informação tinham se transformado ao longo do tempo com a criação de novas mídias.
- Os vários significados da informação. Havia um trechinho de um texto que constava da bibliografia e que eu tinha lido no dia anterior.
As outras questões tratavam sobre: a informação e a gestão, fluxos de informação e havia mais uma que agora não estou me lembrando...
Na segunda seguinte, dia 9, saiu o resultado. Outra dose de nervosismo ao ligar para o Ibict. Usei a mesma técnica, disse meu nome e o mocinho novamente completou com o sobrenome. Ufa! Havia passado para a entrevista. Depois descobri que dos 65 inscritos, 32 (apesar de algumas pessoas dizerem que foram 35) foram selecionados para a prova. Desses, 27 passaram para a entrevista.
Bom, a entrevista foi rápida e indolor, de certa forma. Havia três professores, uma brasileira, um francês e uma argentina. Eles foram simpáticos. Primeiro, o professor Pierre perguntou como havia ocorrido esse interesse pela ciência da informação tendo feito jornalismo em 1998. Ele citou o ano, como quem dizia: há tanto tempo! Falei sobre a minha pós em arquitetura de informação. Não lembro direito mais a ordem agora, mas ele também perguntou onde eu trabalhava. Falei. Então, ele queria saber se o DAAD iria me liberar para o mestrado. Falei que sim, que até incentivava esse tipo de iniciativa, pois também é uma instituição voltada à área acadêmica. Aí, ele fez uma pergunta que achei engraçada, queria saber se eu falava em alemão com os meus colegas de trabalho. Expliquei que às vezes sim. Então ele me fez uma pergunta assustadora, queria saber o que eu já havia lido da área de ciência da informação. Resolvi falar a verdade, que havia lido algum material de arquitetura de informação, mas não muito de ciência da informação. Em algum momento também falei para ele e para as professoras que achava que tinha agora maturidade para encarar um mestrado, que até então havia trabalhado bastante e o trabalho no jornal sugava todas as minhas energias. Quando acabou, descobri que ele era francês e ele me disse que havia uma boa representação européia no Ibict. A professora Nelida quase não falou e a outra professora, que eu não peguei o nome, fez um ou dois apontamentos, complementando as perguntas do prof. Pierre.
Agora, estou aqui, ansiosa, esperando pela segunda-feira, dia 16, para saber se passei na entrevista. Passando, ainda tem de esperar pelo resultado final, que inclui a nota da prova de inglês, que diferente das outras não era eliminatória, mas classificatória. Ou seja, se passar na entrevista, ainda preciso ter ido melhor do que pelo menos sete outros candidatos, pois são apenas 20 vagas.
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Volto a escrever no dia 19, dia em que saiu o resultado. Estou me sentindo aliviada e bem feliz. Passei! Entre os 20, fiquei em nono lugar, o que achei, de certa forma, surpreendente. Sei que agora começa realmente uma fase de muito estudo, trabalho e dedicação e, não poderia ser diferente, estou me sentindo muito disposta a mergulhar em tudo isso nos próximos meses, 18 meses para ser mais precisa. :)
3 comentários:
Que outra palavra eu poderia usar?
PARABÉNS! Que legal, fiquei bem feliz. E que entrevista foi essa, hein? Uma comissão da ONU? Beijão
Emocionante o seu relato, adorei. Fico contente por você! Vai ser uma experiência linda.
Rafinha, só agora li no blog do Mauricio que tinhas passado. PARABÉNS!
Tudo de bom!!!
Beijão
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