Antes, porém, de pegar a estrada, é preciso prestar atenção
a alguns detalhes. Dois mais importantes deles são:
- Providenciar a Carta Verde, um seguro obrigatório para os
vizinhos Uruguai e Argentina. O que fizemos custou R$ 124,81 para 11 dias.
Fizemos com a Porto Seguro.
- Se o carro que atravessará a fronteira é de alguém que não
estará junto, também é preciso pegar uma procuração. No nosso caso, o carro era
da minha mãe. Ela foi ao cartório de Vacaria e lá fez uma procuração. Usamos o
modelo disponível no blog http://viajandodecarro.com/
e deu tudo certo.
Minha mãe fez a declaração em Vacaria, no Rio Grande do Sul.
Não sabíamos, mas este documento só pode ser legalizado no consulado mais próximo
da cidade em que foi autenticado. Assim, tivemos de ir ao consulado do Uruguai
em Porto Alegre. A legalização é feita de um dia para outro e custa R$ 76, que
precisam ser depositados no banco Santander. Em Porto Alegre, há uma agência a
duas quadras do consulado. Quem tem carro financiado deve se informar, pois
também é necessário providenciar algum tipo de documento.
Com esses dois documentos em mãos, estávamos prontos para
nossa aventura.
Começamos a viagem em uma terça de manhã, saindo de Porto
Alegre antes das 7h30.
Combinamos seguir direto até Pelotas pela BR-116, cerca de
350km. Durante o trajeto, fui lendo o Guia O
Viajante Rio Grande do Sul, de Zizo Asnis, e vi que São Lourenço do Sul
seria mais apropriado para uma parada do que Pelotas – de Porto Alegre a
Jaguarão São Lourenço do Sul dá 200km. Trata-se de uma cidade pequena, à beira da Lagoa dos Patos,
e onde é possível comer o inesquecível pastel do Terrasse Schultz. Foi o que
fizemos.
Ah, sim, importante mencionar que até atravessar a fronteira
do Uruguai, pagamos R$ 37,40 de pedágio, que começam logo após a saída de Porto
Alegre até chegar a Jaguarão.
De Pelotas (na verdade, de São Lourenço do Sul), seguimos em direção a Jaguarão – voltaríamos pelo
Chuí. São 200km pela BR-116.
Quando chegamos a Jaguarão era meio-dia. Resolvemos
abastecer o carro e aproveitamos para comer um hambúrguer no Posto Shell, que é
superarrumado e tem atendentes bem atenciosos.
Depois de atravessar a ponte de Jaguarão, paramos
rapidamente nas lojas da fronteira, mas acabamos não achando nada interessante
para comprar.
Por volta das 13h, entramos no Uruguai, na cidade de Rio
Branco, que faz divisa com Jaguarão. Pegamos a rota 18, para seguir para
Treinta y Tres. Logo depois de passarmos a fronteira, tentamos localizar onde
ficava a aduana. É uma construção simples, que se não tivéssemos cuidado,
teríamos passado batido. Sorte que paramos. O policial controlou nossos
passaportes e documento do carro e seguimos adiante. Nem olhou para a Carta
Verde, mas pediu para conferir a licença do carro.
Andamos mais 130km até Treinta y Tres, onde visitamos um
conhecido, o Fernando. Ele estava nos esperando com água gelada. Chegamos
pontualmente às 16h. Ficamos meia hora e pegamos a estrada novamente, pois
havíamos reservado hotel em Montevidéu. A viagem foi bastante tranquila,
grandes retas na rota 8, quase 300km. Ao chegar à cidade, também não tivemos
problemas de nos localizarmos, pois Montevidéu tem grandes avenidas, o que
facilita bastante.
Da fronteira até Montevidéu, pagamos dois pedágios, somando
R$ 10. (Atualização: em janeiro de 2015, os pedágios custam 65 pesos uruguaios cada, o equivalente a R$ 8,50)
Às 20h30, estávamos instalados no Intercity (U$ 85) e fomos
jantar em um restaurante pertinho dali, o La Otra.
Na manhã seguinte, partimos para Colônia. Pagamos mais dois
pedágios, R$ 10 ao todo. Antes de partir, abastecemos novamente. Durante toda a
viagem, de ida e volta, creio que pagamos mais ou menos R$ 500 de gasolina. O
nosso carro era um Celta 1.0, bem econômico.
De Montevidéu a Colônia do Sacramento, pegamos a rota 1.
Saímos às 8h30 e chegamos às 11h30. Viagem tranquila. Passeamos por Colônia,
comemos empanadas e às 14h, pegamos o barco para irmos para Buenos Aires, onde
passaríamos o ano-novo. Deixamos o carro no estacionamento do Buquebus por três
dias (R$ 35).
Depois de dias ótimos em Buenos Aires, voltamos de Buquebus
para Colônia, pegamos o carro e seguimos para Montevidéu. Pagamos mais dois
pedágios até lá, R$ 10 ao todo. Dormimos três noites em Montevidéu – uma no
hotel Ibis (U$ 81, sem café) e duas no Intercity (U$ 190, com café incluído).
Em um dos dias em Montevidéu, aproveitamos para conhecer algumas
vinícolas: Bouza, Pisano e Juanico. Na Bouza, além da visita guiada, almoçamos.
A degustação foi realizada durante o almoço. Pedimos dois tipos diferentes de
degustação – uma custou R$ 30 e a outra, com vinhos melhores, R$ 55. No total,
nosso almoço custou R$ 203, muito bem investidos. A comida estava deliciosa. E
os pães do couvert são inesquecíveis.
Na Pisano e na Juanico, fizemos visitas mais personalizadas.
Dos lugares que conhecemos em Montevidéu, recomendamos o
Francis e o La Fonda del Puertito, ótimo para comer lula à doré.
Abaixo algumas cenas de Montevidéu.
A próxima parada na viagem seria Punta del Este.
Difícil
conseguir hotel com bom preço nessa época. Assim, olhando na internet, acabei
descobrindo uma guesthouse e foi lá que ficamos. R$ 85 a noite. Trata-se do
apartamento do inglês Brad e da argentina Martina, casal simpático que aluga
dois quartos. Tirando o box pequenininho para tomar banho, o lugar é muito bom.
No caminho entre Montevidéu, passamos pela vinícola Alto de
La Ballena e também pela fábrica de doce de leite Lapataia. Duas visitas muito
agradáveis. Sem esquecer os pedágios, mais R$ 10 por dois deles.
Também passamos pela Casapueblo, lugar lindo criado pelo artista Carlos Páez Vilaró.
Na manhã de quinta-feira, nosso passeio estava chegando ao
fim, pegamos a rota 10 e depois a 9 em direção ao Chuí, cerca de 220km. Pagamos
os últimos R$ 5 de pedágio. Antes de atravessar a fronteira, carimbamos nossos
passaportes e passamos no free shop.
Estávamos novamente no Rio Grande do Sul. Seguimos pela RS-471
até quase Rio Grande, onde pegamos a RS-473 para retornarmos à BR-101. Passamos
pela reserva do Taim, lugar lindo, cheio de capivaras, bonito de ver. O almoço
foi na pequena Santa Vitória do Palmar.
Do Chuí até Porto Alegre, percorremos mais 520km. Nesse
trecho, pegamos mais quatro pedágios: R$ 31,20. Chegamos a Porto Alegre no
final da tarde, por volta das 18h30. Esta viagem foi mais cansativa que a ida.
Dicas:
- Fizemos a viagem em 10 dias, sendo que três foram em Buenos
Aires. Em uma próxima, me dedicaria apenas ao Uruguai, ficaria uma noite em Colônia,
mais uma em Montevidéu e pelo menos umas três em Punta del Este.
- Também tentaria
reservar um tempo para conhecer a região Sul do Rio Grande do Sul. Acabamos não
entrando em Pelotas. Também não conseguimos dar uma parada na praia, que ficava
bem pertinho da RS-471.
- Levar alguns pesos uruguaios, pelo menos para os pedágios.
- Comprar água e algum lanchinho para o trecho que será percorrido no Uruguai.
- Abastecer ainda no Brasil, antes de pegar a estrada. Não há muitos postos no caminho.
- Informar-se sobre o nome das rotas que terá que percorrer. As estradas são bem sinalizadas, mas é sempre bom ter noção de onde se está indo.
- Quando for fazer compras em restaurantes e supermercados, uma boa opção é pagar com cartão de créditos. Estrangeiros não pagam alguns impostos quando pagam com cartão de crédito, o que dá uma diferença de quase 20% na fatura. Claro que ainda pagamos os 6,38% de IOF, mas no final acaba compensando assim mesmo.
- Quando for fazer compras em restaurantes e supermercados, uma boa opção é pagar com cartão de créditos. Estrangeiros não pagam alguns impostos quando pagam com cartão de crédito, o que dá uma diferença de quase 20% na fatura. Claro que ainda pagamos os 6,38% de IOF, mas no final acaba compensando assim mesmo.