Acabei de ouvir um trovão ao longe. Estava aqui na sala de casa lendo um texto sobre busca e recuperação da informação, entretida, e na minha imaginação lá fora devia estar um dia bonito. Agora tirei dois segundos para olhar para fora e percebi que o tempo fechou. As colinas ao final da vistas estão esbranquiçadas pela neblina. A chuva vem chegando aos poucos, de mansinho. Como estou aqui fechada e gosto de chuva, sinto um conforto com essa garoinha fina. Os trovões prosseguem avisando que vem mais coisa por aí.
***
A vida em geral é repleta de tragédias. Nós temos nossas pequenas tragédias íntimas, mas volta e meia somos surpreendidas por tragédias maiores, que ganham as capas de jornais.
Há duas semanas, vilarejos inteiros foram cobertos por uma lama tóxica em Minas Gerais. Infelizmente não conheci a região antes e agora suponho que nunca mais o faça, pois o que sobrou lá é apenas um grande vale cimentado pela lama, pois, como li num depoimento, esta lama é tão cheia de química, que vira um coisa dura, imperfurável, irrecuperável, que mata toda forma de vida por onde passa.
Na sexta-feira passada, mais de 120 pessoas foram mortas em Paris por desequilibrados influenciados por pensamentos que, a meu ver, tem mais a ver com o demônio do que com Deus. A crença cega em uma religião criada pelos homens nunca levou a bons resultados. Não faltam exemplos na história da humanidade para confirmar isso.
Este blog já se chamou Cenas do Rio na época em que morei no Rio de Janeiro. O título nunca fez muito sentido, pois o Rio acabou nunca sendo o tema principal. Acho que o novo título, Uma vida em vários cenários, tem mais a ver neste momento. :) O endereço, porém, por ora, continuará o mesmo.
domingo, 15 de novembro de 2015
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Ruídos
O canto solitário de um passarinho em uma árvore próxima à janela do escritório me leva de volta aos anos 1980, quando visitávamos o sítio dos avós.
Músicas também têm esse poder de fazer a mente viajar por décadas.
Levam-me de volta ao passado, mas fato é que eu não tenho vontade de voltar lá. Só assim, por alguns segundos.
Hoje li um texto interessante sobre idade, motivado por uma montagem em que a Vera Fischer aparecia em uma foto atual, aos 63 anos e sem qualquer produção, e em outra realizada em condições de estúdio há muitos anos.
Concordo com a Cora Rónai, autora do texto. Estou de saco cheio dessa história de não podermos mais ter a idade que temos, com tudo o que isso acarreta. Nunca entendi pessoas que mentem a idade. Acho tão sem propósito. Como se desse para ocultar de nós mesmos o passar dos anos. Eu sou feliz com a minha idade, não tenho a menor vontade de voltar no tempo. Até me dá um certo cansaço pensar em ter que viver de novo as fases que já vivi, mesmo as excelentes. A alternativa para não envelhecer é a morte. Já senti muitas vezes vontade de dizer para algumas pessoas de 20 e poucos anos que se lamentam por estarem velhas: se mate, então! Isso é meio radical, mas é que cansa essa conversa de querer parar no tempo.
Eu sinto no meu corpo o passar do tempo, mas isso me serve para ver o quanto estou bem. Não o contrário.
Músicas também têm esse poder de fazer a mente viajar por décadas.
Levam-me de volta ao passado, mas fato é que eu não tenho vontade de voltar lá. Só assim, por alguns segundos.
Hoje li um texto interessante sobre idade, motivado por uma montagem em que a Vera Fischer aparecia em uma foto atual, aos 63 anos e sem qualquer produção, e em outra realizada em condições de estúdio há muitos anos.
Concordo com a Cora Rónai, autora do texto. Estou de saco cheio dessa história de não podermos mais ter a idade que temos, com tudo o que isso acarreta. Nunca entendi pessoas que mentem a idade. Acho tão sem propósito. Como se desse para ocultar de nós mesmos o passar dos anos. Eu sou feliz com a minha idade, não tenho a menor vontade de voltar no tempo. Até me dá um certo cansaço pensar em ter que viver de novo as fases que já vivi, mesmo as excelentes. A alternativa para não envelhecer é a morte. Já senti muitas vezes vontade de dizer para algumas pessoas de 20 e poucos anos que se lamentam por estarem velhas: se mate, então! Isso é meio radical, mas é que cansa essa conversa de querer parar no tempo.
Eu sinto no meu corpo o passar do tempo, mas isso me serve para ver o quanto estou bem. Não o contrário.
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