A minha principal decisão de ano-novo é viver com menos plástico - já era uma vontade antiga, mas T. também me inspirou. Não significa que eu vá jogar fora tudo que tenho de plástico em casa, mas decidi ao longo do ano tomar pequenas decisões, que ajudem a mudar meus hábitos de consumo e, consequentemente, diminuir compra e uso de materiais plásticos.
Há mais ou menos quatro meses comprei minha primeira escova de dentes de bambu. Nos primeiros usos nao foi muito fácil, pois sentir a madeira na boca me lembrou a sensacao esquisita das colheres de madeira para tomar sorvete. Bom, depois melhorou. Já testei duas marcas vendidas nas drogarias aqui na Alemanha. Naturalmente com o preco de uma escova de bambu eu compraria tres de plástico, mas vou tentar seguir trocando as escovas por outras de bambu. Ainda nao comprei uma alternativa para a pasta de dente, mas já vi na web que existem opcoes em vidro.
No ano passado, depois da indicacão de uma amiga, decidi comprar calcinhas menstruais. Eu já havia usado por um período o copinho coletor, mas não me adaptei muito bem. Estar com ele em si não era um problema, mas colocar e retirar sempre me deixada meio frustrada. Além do que, o banheiro no trabalho não permite que eu o lave o copo durante o dia, caso precise ou queira. As calcinhas são confortáveis e seguras. Estou gostando da experiência. Comprei aqui na Alemanha as da marca ooshi. Ainda não tinha conseguido me livrar dos absorventes diários. Não os uso sempre, mas são práticos em viagens ou para os dias finais do ciclo. Pesquisei na semana passada e achei alguns feitos somente com algodão, sem plástico, na dm. É difícil escapar do microplástico, mas pelo menos são um lixo mais "degradável" que os normais.
Ainda tenho pelos menos três shampoos em casa, mas a minha ideia é comprar uma opcao em barra para testar quando os outros chegarem ao fim. Também penso em usar um condicionador em barra. Vi que na Lush há algumas opcoes. Daqui a algumas semanas planejo dar uma volta por lá.
Há períodos em que só compro sabonete líquido; em outros, apenas em sabonete em barra. Acho que já está mais do que na hora de voltar aos modelos em barra embalados em papel. Só preciso ver onde colocá-los, assim como o shampoo em barra, durante o banho, para nao derreterem rápido.
Frutas e legumes consigo já comprar há algum tempo sem utilizar sacos de plástico. Os supermercados aqui oferecem também opcoes de sacos de papel quando necessário. Também pensei em utilizar sacos
antigos de sapatos para embalar legumes como cebola, batata, cenoura etc. Eu
havia pensado em comprar sacos de pano para esse fim, mas lembrei que tenho
vários sacos de pano que vieram com sapatos. Vou separar alguns para os sapatos
e outros destinar para as compras.
Ontem vi o anúncio de um cotonete reciclável. Como ainda tenho dezenas de cotonetes tradicionais em casa, vou esperar até investir 11 euros num cotonete durável.
Desde o fim do ano passei a comprar uma embalagem maior de iogurte em vidro. Depois de consumi-lo, posso devolver no supermercado, mas estou pensando em guardar mantimentos neles.
Ainda estou pensando numa solucao para as garrafas de água. Eu gosto de tomar água com gás e acabo comprando garrafas PET porque sao mais leves. O ideal seria comprar engradados de garrafas de vidro, mas carregar e armazenas isso ainda é um problema. As garrafas PET sao devolvidas no supermercado aqui na Alemanha, pelo menos.
Aos poucos, estou escolhendo roupas que sejam feitas de maneira mais sustentável. Isso tem que ser mesmo aos poucos, pois elas custam bem mais do que as de fast-shops.
Este blog já se chamou Cenas do Rio na época em que morei no Rio de Janeiro. O título nunca fez muito sentido, pois o Rio acabou nunca sendo o tema principal. Acho que o novo título, Uma vida em vários cenários, tem mais a ver neste momento. :) O endereço, porém, por ora, continuará o mesmo.
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terça-feira, 21 de janeiro de 2020
quinta-feira, 6 de março de 2014
Este lixo não é meu!
Faz alguns dias que os funcionários da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) estão em greve aqui no Rio de Janeiro. Finalmente notamos que eles existem. No dia a dia, costumam ser invisíveis aos nossos olhos, mesmo com aquele uniforme de cor berrante. Muitos de nós nem imagina o quanto o trabalho dessas pessoas é muito maior por conta de nossa falta de educação.
Melhor do que só reclamar da imundície que tomou conta da cidade, talvez esta seja uma boa hora para pensar o quanto eu tenho a ver com tudo isso.
Eu, que vou ao cinema, mas me esqueço de levar até a lixeira aquele saco com resto de pipoca e o copo de coca-cola que estão enfiados no suporte ao lado da minha cadeira.
Eu, que saio para passear com meu cachorro e disfarço que aquele cocozinho não foi meu filhotinho quem fez, deixando-o ali na porta do prédio de outra pessoa.
Eu, que até recolho o resíduo produzido pelo meu cachorro, mas me desfaço dele de qualquer jeito na lixeira laranja como se ninguém mais fosse mexer naquele jornal semiaberto pelo resto dos tempos.
Eu, que na calada da noite coloquei aquele sofá velho na rua por pura preguiça de ligar para o serviço de coleta de grandes volumes da Comlurb.
Eu, que tenho filhos pequenos, mas continuo achando esse assunto de separação de lixo coisa de ecochato.
Eu, que não separo o lixo porque no meu prédio não tem coleta seletiva – e dane-se que no final da tarde aquele cara que vive de catar lixo vai ter que meter a mão na minha sacolinha que contém uma mistura de lixo orgânico com as latinhas de cerveja da festa de ontem - que têm peso de ouro lá na cooperativa dele.
Aliás, aquela sacolinha nem é mais minha, pois na hora que saiu do meu apartamento eu não tenho mais nada a ver com ela.
Eu, que sou obrigada a jogar lixo no chão porque nesta cidade não existem lixeiras suficientes – mesmo tendo espaço de sobra neste saco, digo, nesta bolsa enorme (linda, né?, comprei na minha última viagem ao civilizado Primeiro Mundo), para guardar o lixo até passar por uma lixeira.
Eu, que vou à praia e deixo meu lixo amontoadinho na areia. Gosto de facilitar o trabalho dos garis.
Eu, que estou a quatro passos da lixeira, mas o sinal vai abrir, minha vida é uma correria só, e vou ter que jogar esta garrafinha aqui mesmo, pois estou com pressa.
Eu, que tenho sacolinhas de supermercado suficientes para ensacar o lixo da minha casa pela próxima década, mas continuo achando uma chatice essa história de levar uma sacola de pano ao mercado.
No final, eu, que falo várias línguas, estou fazendo mais uma pós-graduação, convivo com pessoas inteligentes e viajadas... sou incapaz de pensar no outro e de entender que o lixo que produzo é meu problema sim.
Só seremos pessoas melhores - ou, no mínimo, mais civilizadas - no dia em que pensarmos de maneira mais responsável sobre o que consumimos, o tipo de lixo que geramos e os possíveis destinos que ele terá. Isso para mim não é papo de gente chata que fica só falando sobre meio ambiente, isso é uma questão de educação.
E aí, você é educado?
Eu, que vou ao cinema, mas me esqueço de levar até a lixeira aquele saco com resto de pipoca e o copo de coca-cola que estão enfiados no suporte ao lado da minha cadeira.
Eu, que saio para passear com meu cachorro e disfarço que aquele cocozinho não foi meu filhotinho quem fez, deixando-o ali na porta do prédio de outra pessoa.
Eu, que até recolho o resíduo produzido pelo meu cachorro, mas me desfaço dele de qualquer jeito na lixeira laranja como se ninguém mais fosse mexer naquele jornal semiaberto pelo resto dos tempos.
Eu, que na calada da noite coloquei aquele sofá velho na rua por pura preguiça de ligar para o serviço de coleta de grandes volumes da Comlurb.
Eu, que tenho filhos pequenos, mas continuo achando esse assunto de separação de lixo coisa de ecochato.
Eu, que não separo o lixo porque no meu prédio não tem coleta seletiva – e dane-se que no final da tarde aquele cara que vive de catar lixo vai ter que meter a mão na minha sacolinha que contém uma mistura de lixo orgânico com as latinhas de cerveja da festa de ontem - que têm peso de ouro lá na cooperativa dele.
Aliás, aquela sacolinha nem é mais minha, pois na hora que saiu do meu apartamento eu não tenho mais nada a ver com ela.
Eu, que sou obrigada a jogar lixo no chão porque nesta cidade não existem lixeiras suficientes – mesmo tendo espaço de sobra neste saco, digo, nesta bolsa enorme (linda, né?, comprei na minha última viagem ao civilizado Primeiro Mundo), para guardar o lixo até passar por uma lixeira.
Eu, que vou à praia e deixo meu lixo amontoadinho na areia. Gosto de facilitar o trabalho dos garis.
Eu, que estou a quatro passos da lixeira, mas o sinal vai abrir, minha vida é uma correria só, e vou ter que jogar esta garrafinha aqui mesmo, pois estou com pressa.
Eu, que tenho sacolinhas de supermercado suficientes para ensacar o lixo da minha casa pela próxima década, mas continuo achando uma chatice essa história de levar uma sacola de pano ao mercado.
No final, eu, que falo várias línguas, estou fazendo mais uma pós-graduação, convivo com pessoas inteligentes e viajadas... sou incapaz de pensar no outro e de entender que o lixo que produzo é meu problema sim.
Só seremos pessoas melhores - ou, no mínimo, mais civilizadas - no dia em que pensarmos de maneira mais responsável sobre o que consumimos, o tipo de lixo que geramos e os possíveis destinos que ele terá. Isso para mim não é papo de gente chata que fica só falando sobre meio ambiente, isso é uma questão de educação.
E aí, você é educado?
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Reciclar, um ato de amor
Todo domingo, a Thaís do Vida Organizada separa alguns links de coisas legais que ela viu na web. Neste domingo, ela apontou para este post do blog Casa de Colorir: Um ato de amor.
O vídeo que aparece no post é lindinho. Aqui está ele.
O vídeo que aparece no post é lindinho. Aqui está ele.
segunda-feira, 15 de abril de 2013
Em 15 minutos de caminhada por Botafogo
Em nosso prédio trabalham pelo menos 10 funcionários. Como em todos os ambientes, há sempre aqueles que gostamos mais. Receber um sorriso do Márcio todas as manhãs ajuda a começar melhor o dia.
Logo na primeira quadra, uma garrafa plástica jogada a menos de um metro da lixeira. Será que foi trazida pelo vento e pela chuva de ontem ou foi deixada ali por um preguiçoso? Resolvi começar o dia dando uma ajuda para a cidade ficar (ainda) mais bonita. Joguei a tal garrafinha na lixeira.
Seria bom se ocorresse isso:
Logo cedo assim, encontro os mendigos ainda dormindo pelas ruas ou começando a se movimentar, começando a seguir o seu interminável deslocamento pela cidade, com rumos que nem imagino quais sejam. Um deles deparou-se com um par de All Star preto, ainda em bom estado, largados na frente de um prédio. Parou, conferiu o número e levou-os consigo, Deve ter achado que poderiam ser úteis nesses dias de frio que se aproximam.
Sob o viaduto que dá acesso a Muniz Barreto, dois táxis bloqueiam a passagem. Atrás deles, um motoqueiro e um carro vermelho buzinam insistentemente. Demoro alguns segundos até perceber que os taxistas protagonizam um espetáculo de xingamentos. Uma mãe que traz o filho para a creche corre na direção contrária. “Vai que um está armado e levo um tiro”, diz ela para o segurança do colégio. “Isso que são colegas”, comenta o mesmo guarda para outro passante. Para os taxistas, o dia já começa meio torto.
Observo as roupas de uma funcionária do Edifício Argentina. Mais alguns gramas e poderei usar uma roupa assim, penso.
Fazia alguns dias que o Edifício Samara, na Farani, tinha deixado de ser dormitório de mendigos, mas hoje tinha alguns ali novamente. É impressionante como conseguem emporcalhar aquele canto do prédio. Dormem em meio ao lixo e nem percebem. Sinto um misto de repulsa com pena. Mais repulsa.
Nas calçadas da Pinheiro Machado, na parte da pedreira, mais lixo abandonado na calçada. Dá uma dor ver isso.
No jornal do fim de semana, havia uma matéria sobre a briga do ministério público com a Comlurb – Comlurb é a companhia que limpa a cidade. O MP quer que a Comlurb instale lixeiras coloridas, para que os lixos sejam separados. A Comlurb alega que isso trará um aumento muito grande no custo da coleta, pois terá de ter coletas separadas. Eu adoro lixeiras separadas, mas, sinceramente, acho que instalá-las no Rio será jogar dinheiro fora. Se atualmente sequer jogamos o lixo nas lixeiras de cor única, imagina se vamos separar o lixo por tipo? Aí de que vai adiantar a Comlurb providenciar coletas separadas? Este é o caso da frase clássica: não estou sendo pessimista, mas realista.
Logo na primeira quadra, uma garrafa plástica jogada a menos de um metro da lixeira. Será que foi trazida pelo vento e pela chuva de ontem ou foi deixada ali por um preguiçoso? Resolvi começar o dia dando uma ajuda para a cidade ficar (ainda) mais bonita. Joguei a tal garrafinha na lixeira.
Seria bom se ocorresse isso:
Logo cedo assim, encontro os mendigos ainda dormindo pelas ruas ou começando a se movimentar, começando a seguir o seu interminável deslocamento pela cidade, com rumos que nem imagino quais sejam. Um deles deparou-se com um par de All Star preto, ainda em bom estado, largados na frente de um prédio. Parou, conferiu o número e levou-os consigo, Deve ter achado que poderiam ser úteis nesses dias de frio que se aproximam.
Sob o viaduto que dá acesso a Muniz Barreto, dois táxis bloqueiam a passagem. Atrás deles, um motoqueiro e um carro vermelho buzinam insistentemente. Demoro alguns segundos até perceber que os taxistas protagonizam um espetáculo de xingamentos. Uma mãe que traz o filho para a creche corre na direção contrária. “Vai que um está armado e levo um tiro”, diz ela para o segurança do colégio. “Isso que são colegas”, comenta o mesmo guarda para outro passante. Para os taxistas, o dia já começa meio torto.
Observo as roupas de uma funcionária do Edifício Argentina. Mais alguns gramas e poderei usar uma roupa assim, penso.
Fazia alguns dias que o Edifício Samara, na Farani, tinha deixado de ser dormitório de mendigos, mas hoje tinha alguns ali novamente. É impressionante como conseguem emporcalhar aquele canto do prédio. Dormem em meio ao lixo e nem percebem. Sinto um misto de repulsa com pena. Mais repulsa.
Nas calçadas da Pinheiro Machado, na parte da pedreira, mais lixo abandonado na calçada. Dá uma dor ver isso.
No jornal do fim de semana, havia uma matéria sobre a briga do ministério público com a Comlurb – Comlurb é a companhia que limpa a cidade. O MP quer que a Comlurb instale lixeiras coloridas, para que os lixos sejam separados. A Comlurb alega que isso trará um aumento muito grande no custo da coleta, pois terá de ter coletas separadas. Eu adoro lixeiras separadas, mas, sinceramente, acho que instalá-las no Rio será jogar dinheiro fora. Se atualmente sequer jogamos o lixo nas lixeiras de cor única, imagina se vamos separar o lixo por tipo? Aí de que vai adiantar a Comlurb providenciar coletas separadas? Este é o caso da frase clássica: não estou sendo pessimista, mas realista.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Lixo, sempre um tema polêmico
Todos nós produzimos lixo. Mesmo quem não cozinha em casa, não faz compras, não estuda ou não trabalha. Alguma espécie de lixo, todos nós produzimos diariamente.
Sendo assim, o tema lixo deveria ser tratado com naturalidade por todos, mas não funciona assim. Parece que lixo não tem dono, nunca. Ou é sempre problema do outro. Nunca meu, nunca seu.
Dentro de casa, parece impossível jogar lixo orgânico numa lixeira e lixo reciclável em outra. Ninguém está vendo mesmo.
Da porta de casa para fora, separado ou não, parece que não temos mais responsabilidade alguma. Tanto faz se o lixo vai ficar horas na rua até o caminhão passar, tanto faz se der um temporal, tanto faz se algum catador resolver vasculhar o saco e deixá-lo escancarado, tanto faz se os faxineiros do prédio misturam tudo. Tanto faz.
No trabalho, uma vez jogado na lixeira, alguém que resolva. Infelizmente, é assim que funciona no meu trabalho. Poucos se interessam em separar os papéis de restos de comida. Não querem fazer o trabalho que não é deles (!). Que trabalho é esse, eu ainda não consegui entender. Talvez o tamanho de nossas bundas diminuísse se nos déssemos o trabalho de levantar para levar os papéis a serem reciclados até a lixeira adequada.
Uma discussão recente na cidade foi o lixo que sobrou nas ruas depois da passagem dos blocos. Choveram reclamações contra a prefeitura e a companhia de limpeza. Os argumentos são que havia gente demais, que não havia lixeiras. Tão fácil sempre achar uma desculpa. Os garis são as pessoas que mais trabalham nesta cidade! Se cada um fosse responsável pelo lixo que produz, o cenário com certeza seria diferente.
E não apenas nos blocos. O que dizer da sujeirada que fica na praia no final de um dia? Por acaso ali também havia gente demais, de tal forma que era impossível chegar a uma lixeira? Por acaso não havia lixeiras suficientes, mesmo havendo várias perto do calçadão?
Por enquanto, nesta questão, somos os mais competentes criadores de desculpas.
Quem quer fazer, encontra uma forma. Quem não quer, encontra uma desculpa.
Sendo assim, o tema lixo deveria ser tratado com naturalidade por todos, mas não funciona assim. Parece que lixo não tem dono, nunca. Ou é sempre problema do outro. Nunca meu, nunca seu.
Dentro de casa, parece impossível jogar lixo orgânico numa lixeira e lixo reciclável em outra. Ninguém está vendo mesmo.
Da porta de casa para fora, separado ou não, parece que não temos mais responsabilidade alguma. Tanto faz se o lixo vai ficar horas na rua até o caminhão passar, tanto faz se der um temporal, tanto faz se algum catador resolver vasculhar o saco e deixá-lo escancarado, tanto faz se os faxineiros do prédio misturam tudo. Tanto faz.
No trabalho, uma vez jogado na lixeira, alguém que resolva. Infelizmente, é assim que funciona no meu trabalho. Poucos se interessam em separar os papéis de restos de comida. Não querem fazer o trabalho que não é deles (!). Que trabalho é esse, eu ainda não consegui entender. Talvez o tamanho de nossas bundas diminuísse se nos déssemos o trabalho de levantar para levar os papéis a serem reciclados até a lixeira adequada.
Uma discussão recente na cidade foi o lixo que sobrou nas ruas depois da passagem dos blocos. Choveram reclamações contra a prefeitura e a companhia de limpeza. Os argumentos são que havia gente demais, que não havia lixeiras. Tão fácil sempre achar uma desculpa. Os garis são as pessoas que mais trabalham nesta cidade! Se cada um fosse responsável pelo lixo que produz, o cenário com certeza seria diferente.
E não apenas nos blocos. O que dizer da sujeirada que fica na praia no final de um dia? Por acaso ali também havia gente demais, de tal forma que era impossível chegar a uma lixeira? Por acaso não havia lixeiras suficientes, mesmo havendo várias perto do calçadão?
Por enquanto, nesta questão, somos os mais competentes criadores de desculpas.
Quem quer fazer, encontra uma forma. Quem não quer, encontra uma desculpa.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
As sacolas de plástico
Agora foi São Paulo que proibiu o uso das sacolas de plástico.
Às vezes entendo, às vezes não entendo como este tema pode causar tanta polêmica.
Olhando agora os comentários publicados a partir da notícia no Globo, fico impressionada com algumas coisas.
Nos apegamos ao fato de que as sacolinhas servem para colocar o lixo doméstico. E que tragédia não ter mais essas sacolinhas para fazermos isso. Ali nos comentários, há vários dizendo que se recusam a comprar sacos de lixo.
Como será que se fazia antes, quando não havia essa enxurrada de sacolas de plásticos?
Outra coisa que fiquei pensando, o que essas mesmas pessoas fazem com todo o estoque semanal de sacolas que pegam nos supermercados? Se nos outros lugares funciona como aqui no Rio, todo mundo deve ter quilos e quilos de sacos plásticos em casa, e teriam seu sacos de lixo garantidos por meses, quando não anos. Aqui, ao comprar cinco produtos, os consumidores conseguem levar até mais de cinco sacolas para casa. Primeiro porque colocam sempre duas, não interessa se é uma garrafa de coca ou se é simplesmente um ou dois pães. Segundo porque muitos pensam que vão contaminar suas frutas/bolachas/farinhas ao colocar uma pasta de dente na mesma sacola...
Sei que é sempre mais fácil culpar o outro e é mais ou menos isso que acabo/acabamos sempre fazendo. Puxa, mas o que custa ter uma sacola de pano ou papel e usá-la algumas vezes?
Tudo precisa ser sempre tão dramático?
Por que quando se trata do coletivo seguimos sendo sempre tão resistentes?
Por que nos tornamos cada vez mais egoístas e agimos como se o problema do lixo (ou a questão da água) não nos dissesse respeito?
Imagina então começar a falar sobre separação de lixo...
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Não é por falta de aviso...
Primeiro, Angra. Depois, Haiti. Quando tudo parecia tranquilo, São Paulo. E agora, Ilha da Madeira.
sábado, 14 de novembro de 2009
sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Lixo e alagamentos
Há vários dias tem chovido aqui no Rio. Como virou moda nos jornais on-lines, sempre há um espaço para as pessoas enviarem fotos e depoimentos. Eu gosto de olhar foto de alagamentos, deve ser o meu lado "mórbido" se revelando, sei lá.
O que sempre observo nas fotos é a quantidade de lixo que aparece boiando nas águas, normalmente garrafas pet, e fico me perguntando: quem joga uma garrafa pet na rua? Tudo bem, pode ser que o caminhão do lixo não tivesse passado e a pobre garrafa que esperava para ser recolhida acabou sendo levada pela água, mas desconfio que não, que ela estava ali por que algum ser bem inteligente não sabe que lixo se deve jogar no lixo, seja ele um papelzinho de bala, seja ele uma garrafa pet.
Eu não tenho filhos. Então, se alguém que estiver lendo este post tiver, por favor, peço com todas as minhas forças, ensine essa criança a jogar lixo no lixo e, se possível, ensine-a também a separar o lixo. Quem sabe assim ajudamos a evitar metade dos alagamentos.
(Obrigada)
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Estou há tanto sem escrever aqui ou sem visitar os blogs amigos, mas sempre penso no blog e sinto falta. Aconteceu tanta coisa nos últimos ...
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Em dezembro de 2011, viajamos de Porto Alegre até Colônia do Sacramento de carro. Foi uma ótima experiência. A viagem é muito tranquila. ...