Estou morando há uma semana em meu novo endereco. O zelador, ao me entregar as chaves, disse para eu prestar atencao em meus sonhos das primeiras três noites, pois o que se sonha nesses primeiros dias tende a se tornar fato. Já tinha ouvido falar disso, mas em referência à primeira noite em um novo endereco.
Eu sei que sonhei, mas nao consigo de jeito algum me lembrar o quê.
Bom, nesta noite, na qual essa regra nao está mais valendo, sonhei que havia sido convidada para cobrir a aprensentacao de um novo destino de viagem, um hotel superluxuoso. Ou seja, lá estava eu novamente jornalista, apesar de no sonho eu ter consciência de minha vida agora estar mais voltada à biblioteconomia.
Acordei, fui tomar banho e a água nao queria esquentar de maneira alguma. Primeira semana num apartamento novo, recém-reformado, apresenta sempre uns pequenos desafios. O aquecimento parece ter vida própria. Há horas do dia em que aquece superbem. Em outras, parece estragado. O chuveiro varia, dia normal com dia de água nao fria, mas morna fraquinha. Decidi deixar passar mais uns dias antes de reclamar.
Quando fui pegar o bonde para vir para o trabalho, percebi que estava sem máscara. Com preguica de voltar pegar, pois sabia que tinha uma no trabalho, resolvi vir a pé. Essa sou eu, nada coerente. Ao invés de caminhar 100m para pegar a máscara, resolvi andar por 1km... mas pelo menos em frente. :-)
Para completar os acontecimentos desta sexta-feira, 13 - até agora - meu chefe veio até minha sala para me fazer uma pergunta: a senhora consegue se imaginar trabalhando em outro departamento que nao seja a biblioteca? Pensei: ah, näo! E respondi: Nao! Em que ele falou: Bom, esta nao era bem a resposta que eu estava esperando.
Ele e mais duas pessoas, que ele nao quis dizer quem, estao pensando em criar uma nova vaga e pensam que eu seria a pessoa perfeita para preenchê-la. É uma mistura de biblioteconomia, comunicacao e tecnologia. Ele passou 15 minutos argumentando. Assim, é um privilégio ele ter uma visao tao positiva sobre mim, mas eu sou tao feliz com minhas atividades antigas e convencionais aqui na biblioteca.
Isso me fez lembrar de um encontro que tive em fevereiro com o diretor do instituto e o chefe administrativo, quase numa outra vida, ainda na pré-pandemia, no qual fui convidada para assumir uma posicao superalta no instituto. Naturalmente declinei.
Eu fico aqui me perguntando onde eles veem tudo isso que dizem ver em mim. Eu mesma nao consigo sentir, nem de longe, toda essa confianca. Meu tranquilo fim de semana montando móveis será um pouco atrapalhado pelos pensamento de o que responder na segunda-feira. Porque ele me disse para pensar.