terça-feira, 18 de dezembro de 2018

2018, simplesmente obrigada!

Comecei 2018 meio vazia, sem grandes planos (logo eu?), sem grandes expectativas.

Para mim, o ano  novo, ou a nova vida, começou já na noite de 30 de dezembro, quando peguei o voo para a Alemanha. Estava em frangalhos, mas decidida a reunir meus caquinhos para seguir em frente. Como estava, sendo tratada do jeito que estava, de forma tão desrespeitosa, não podia continuar.

O ano começou devagarinho, com as aulas de alemão para preencher o tempo, uma cidade nova, uma vida comigo mesma. E só. Aos poucos, os amigos novos foram surgindo, a cidade mostrou-se mais interessante que o esperado. A vida lentamente começou a ganhar novamente uma cor, algo que desde 2016 parecia impensável.

Quem trai não sabe o mal que faz na vida de uma pessoa. Talvez não saiba a maldade que é, especialmente quando é a pessoa que mais confiamos, que temos como porto seguro.

Quando estava incerta de como seriam os próximos meses, consegui, como não canso de dizer, o trabalho dos meus sonhos. Hoje mesmo, ao entrar no site do MPIL e me deparar com a foto dos funcionários e pesquisadores, senti uma alegria. Antes eram rostos desconhecidos. Agora, cinco meses depois, já são tão familiares.

Hoje estava esperando o ônibus e um dos pesquisadores, que estava passando por ali por acaso, veio falar comigo, agradecer por uma foto (porque na essência não mudamos, continuo fotografando e enviando as fotos). Ele estava tão feliz por uma foto que fiz dele - a qual eu pessoalmente achei muito ruim porque ficou muito clara. Ele estava sorrindo, feliz, agradecido. Fiquei toda alegrinha.

No final, talvez pela falta de grandes expectativas, 2018 revelou-se um ano tão incrível. Claro que me senti sozinha em muitos momentos, mas acho que o saldo é mais do que positivo. Estou numa cidade legal, do tamanho ideal para alguém como eu, no emprego que sempre sonhei (gente, o que pode ser mais legal do que trabalhar numa biblioteca?), cercada de pessoas interessantes e sentindo-me novamente feliz. Talvez ainda não 100%, mas quase.

Obrigada, Alemanha, por ser este país que és.

Que venha 2019!

E um feliz início de ano a todos!


quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O Natal no frio

Esta será a segunda vez que passarei o Natal no frio. A primeira vez foi em 1999, quase como uma vida em outra era.

Estou superanimada!

Para "treinar", tenho visto os filmes com temárica nataliana no Netflix. Tomei a decisão de ver o maior número possível, mesmo sem muitas esperanças de aparecer um príncipe lindo, de olhos azuis - se bem que as chances na Alemanha são maiores...

As histórias são muito parecidas. A mocinha que tem alguma limitação para realizar seus sonhos. O milagre do Natal. E, para deixar tudo perfeito, o amor de sua vida também aparece nesse meio tempo. Pode ser um amigo de infância, um principe em dúvida sobre aceitar a coroa, um gerente de hotel com boas intenções.

Nada supera "Simplesmente amor" ou "O amor não tira férias", mas não vou perder as esperanças de encontrar filmes bonitinhos e, quem sabe, um final feliz para meu ano de tantas mudanças. :)

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Quatro meses

Nesta semana fará quatro meses que comecei a trabalhar na biblioteca. Posso dizer que aprendi muito neste "curto" período de tempo. Parecia que novembro estava tao longe quando comecei. A sensacao foi sentida porque em agosto eu me matriculei em um curso que vai acontecer agora no final do mês. Na época, parecia que iria demorar eras... :)

Ontem comprei minha passagem para Frankfurt. Estou animada por aprender um pouco mais, de forma sistematizada, e também para conhecer outras bibliotecárias. Será bom encontrar colegas de área, desta minha nova área.

***

Hoje fiz um exame de vista e acho que terei de fazer um óculos novo... Isso dá uma tristeza, mas ainda bem que há recurso. Também fiz a vacina contra a gripe. Meu braco está doendo.

***

Hoje, mais tarde, vou ao cinema assistir à segunda parte de Animais fantásticos. Isso me causa uma alegria enorme.

Outra alegria da semana foi a abertura do supermercado perto de casa. Fiquei tao feliz quando vi a placa vermelha do Rewe de longe. Ele me lembra um pouco o Zona Sul, pelos produtos e pelos precos... Nao é o supermercado mais barato da cidade, infelizmente.

O dia teve ainda mais uma alegria: desde que estou aqui vejo uns passarinhos verdes, que parecem umas caturritas/maritacas. Hoje minha chefe me perguntou se eu já tinha visto as lebres, que, quando escurece, vêm para o gramado do instituto (elas sao minhas conhecidas desde o verao, devo dizer, quando, cedinho, andavam pulando por ali e algumas era bem bebezinhas). Logo em seguida, comentou dos "Papageien" que também voam por aqui. Tive vontade de rir. Sao muito pequenas para serem papagaios, mas eu nao iria corrigir uma senhora da Eslovênia. Ela me disse que as aves fugiram em algum momento do zoo que tem aqui no campus da universidade. Senti imediatamente uma alegria, como uma cena de Amelie Poulain.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Io vado in bicicleta

Aprendi essa frase no fim de semana, durante um curso rápido de italiano.

E, sim, agora tenho uma bicicleta "nova". Bom, nova ela nao é, mas é recém-comprada. Hoje completamos uma semana juntas e foi a segunda vez que vim ao trabalho com ela. Foi mais fácil do que na primeira vez, mas nao com menos emocao. Hoje parei numa das pontes para fazer uma foto (o amanhecer estava lindo!) e no meio do caminho perdi a tranca e fui avisada por outra ciclista. Tive que voltar, mas melhor assim do que chegar ao trabalho e só entao me dar conta de que a havia perdido.

Apesar de velhinha, a bicicleta está funcionando bem. Curiosamente, a acabei comprando-a de um brasileiro, que fez uma estadia de pesquisa aqui no instituto. Foi ótimo, pois ele me explicou os detalhes da bike em português. Meu plano agora é submetê-la a uma revisao e deixá-la mais bonita. Só tenho que descobrir onde comprar uns acessórios mais bonitos. A buzina nova, já escolhi. Da Pilones, em forma de gatinho. :)

Ontem fui ao curso de italiano de bike e me senti tao livre por nao precisar esperar o ônibus. E ainda me senti feliz por estar me movimentando um pouco. Já que ando meio parada, acho que será uma forma de nao ficar tao sedentária. Claro que vir o inverno me limitará um pouco, mas estou confiante de que terei oportunidades de usar a bicicleta mesmo nos dias mais frios. Aos poucos vou pegando a manha da quantidade de roupa que tenho que colocar. No primeiro dia em que vim ao trabalho de bike quase morri de calor. Hoje, que está mesmo mais quente, vim com menos roupas. Passei um calorzinho, mas já foi bem mais adequado. Também senti menos cansaco ao longo do trajeto. Como disse um colega, entramos em forma (no sentido de nos acostumarmos de novo a andar de bike)... andando de bicicleta.

sábado, 13 de outubro de 2018

Procura-se um amigo para o fim do mundo

Este é o nome do filme que acabei de ver.

Durante o filme, fiquei aqui me perguntando o que gostaria de fazer se soubesse que o mundo acabaria, por exemplo, em 21 dias. Com quem gostaria de estar? Onde gostaria de estar? O que gostaria de estar fazendo?

Sei lá, isso dá uma dimensão do que é realmente importante.

Eu sei com quem eu gostaria de estar.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Lista de saudades

Não necessariamente nesta ordem:

De Botafogo, meu bairro no Rio de Janeiro. Foi onde morei por quase 12 anos, onde trabalhei (a 5 minutos de casa), estudei (a 25 minutos de casa), saí para comer e beber bem, fiz compras, cortei meu cabelo, comi waffle (na Cafeína), vi a bela vista do Botafogo Praia Shopping, visitei a sede de meu time carioca, fui ao cinema tantas vezes no meio da tarde, gastei horas na locadora, comi feliz pizza no Zona Sul, comemorei muitas novidades

Do Waffle da Cafeína, com o ponto perfeito entre o doce e o salgado

Da sensação boa de estar prestes a ver um belo filme no cinema, foi assim com Amélie Poulain

De arroz com feijão

De passar um fim de semana em Buenos Aires, caminhando à toa, comendo bem e provando vinhos conhecidos

Do xis da Gringa, em Caxias do Sul

 De poder andar de bicicleta loucamente em Esmeralda

domingo, 7 de outubro de 2018

Eleições 2018

Depois de várias eleições, não votei.

Não sabia o que seria da minha vida agora em outubro e não transferi meu título para votar no consulado em Frankfurt.

Eu, que nunca fui muito ligada em política, pela primeira vez lamentei não votar. Acho que meu voto fará falta desta vez.

Recebi mensagens de vários amigos do Brasil nas últimas semanas. As agressões estão cada vez mais frequentes e é isso que me dá mais medo. A falta de pudor das pessoas em destratar ou ameaçar quem pensa diferente é assustadora. Estão se achando no direito de defender um modelo arcaico e agora este candidato boçal lhes dá um respaldo. Estou realmente muito triste. Por sorte não conheço muitas pessoas que votam nele, pois são menos decepções para lidar.

Setembro 2025

A vida parece ter tomado uma velocidade tao alta nos últimos meses, que eu nunca mais tive tempo para dedicar ao blog ou a ler blogs amigos....